Iraquianos foram as urnas para eleições legislativas críticas com um resultado fragmentado à vista

Espera-se que a votação de terça-feira produza um panorama político fragmentado, mantendo a divisão tradicional do poder do Iraque entre grupos étnicos e religiosos.

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As urnas fecharam às 18h, hora local (15h GMT), sem prorrogações.

A votação começou no Iraque na terça-feira para eleger um novo parlamento em eleições que moldarão o cenário político do país nos próximos quatro anos.

Aproximadamente 21 milhões de eleitores estavam habilitados a votar para eleger membros do parlamento de 329 lugares, que elegerá o presidente e concederá confiança ao governo.

As urnas encerraram às 18h00, hora local (15h00 GMT), sem prorrogações.

Os resultados das eleições estão previstos para serem anunciados dentro de 24 horas e serão oficialmente confirmados após o exame de recursos.

A Comissão Eleitoral Superior Independente (IHEC) descreveu a afluência como "sem precedentes", atingindo 82,52% dos 1.313.859 eleitores.

Panorama político fragmentado

Observadores esperam que o panorama político pós-eleitoral apresente uma fragmentação na distribuição de votos e assentos, tornando-o muito semelhante à fórmula tradicional que atribui os principais cargos governamentais a diferentes grupos étnico-religiosos.

Analistas opinam que o aumento do número de candidatos nesta votação, com a diversidade e multiplicidade de listas, tornará a ideia de uma "lista principal dominante" distante da realidade.

As últimas eleições legislativas no Iraque realizaram-se a 10 de outubro de 2021, dois anos depois de protestos generalizados terem forçado o antigo primeiro-ministro Adil Abdul-Mahdi a demitir-se. Mustafa Al-Kadhimi sucedeu-lhe e supervisionou as eleições.

O atual parlamento, dominado por partidos e blocos xiitas, iniciou o seu mandato a 9 de janeiro de 2022, por quatro anos, com término a 8 de janeiro de 2026.

Segundo a lei iraquiana, as eleições legislativas devem realizar-se pelo menos 45 dias antes do fim do mandato do parlamento.

Os três ramos do governo do Iraque são tradicionalmente divididos por seita: a presidência vai para os curdos, o cargo de primeiro-ministro para os xiitas e o presidente do parlamento para os sunitas, garantindo que todos os segmentos da sociedade estejam representados no governo.