Iraque prepara-se para realizar eleições parlamentares que definirão os próximos quatro anos do país
Um total de 7.743 candidatos, incluindo 2.247 mulheres, estão a concorrer a lugares no Parlamento, estando a votação marcada para decorrer das 04:00 GMT às 15:00 GMT de terça-feira, sem prorrogações.
Milhões de iraquianos irão às urnas para eleger um novo Parlamento, uma votação que moldará o cenário político do país nos próximos quatro anos.
A votação terá início às 04h00 GMT de terça-feira e terminará às 15h00 GMT, sem prorrogações.
Os resultados das eleições parlamentares devem ser anunciados dentro de 24 horas após a votação e serão oficialmente confirmados após a análise dos recursos.
De acordo com a comissão eleitoral, um total de 7.743 candidatos estão a concorrer a vagas no parlamento, incluindo 2.247 mulheres.
De acordo com a lei eleitoral do Iraque, pelo menos 25% das vagas no Parlamento, ou seja, pelo menos 83, são reservadas para mulheres, juntamente com nove vagas destinadas a grupos minoritários nacionais ou religiosos em nível provincial ou nacional.
Aproximadamente 21 milhões de eleitores estão habilitados a votar na terça-feira para eleger os membros do Parlamento de 329 lugares, que elegerá o presidente e dará confiança ao Governo.
A capital Bagdade ocupa o primeiro lugar no número de eleitores registados, com 2.373.963 eleitores elegíveis, de acordo com a comissão eleitoral.
Melhoria da segurança
O Primeiro-Ministro Mohammed Shia Al-Sudani afirmou no sábado que não haverá recolher obrigatório no dia das eleições para facilitar a circulação e garantir a participação dos cidadãos.
A decisão sinaliza uma melhoria das condições de segurança, em contraste com eleições anteriores que registaram recolher obrigatório, como em 2014 e 2018, ou medidas de segurança rigorosas, como o encerramento de fronteiras e aeroportos e restrições às viagens interprovinciais, como ocorreu nas eleições de 2021.
O Ministério do Interior anunciou anteriormente um plano de segurança flexível envolvendo 159.000 agentes e funcionários para garantir o bom desenrolar das eleições.
No domingo, foi realizada uma votação especial para centenas de milhares de agentes de segurança e cidadãos deslocados internamente.
A Comissão Eleitoral Independente (IHEC) descreveu a participação como “sem precedentes”, atingindo 82,52% dos 1.313.859 eleitores.
Os observadores prevêem que o cenário político pós-eleitoral apresente uma fragmentação na distribuição de votos e de lugares, tornando-o muito semelhante à fórmula tradicional que atribui cargos-chave do Governo a diferentes grupos étnico-religiosos.
Os analistas opinam que o aumento do número de candidatos nesta votação, com a diversidade e multiplicidade de listas, tornará a ideia de uma “lista principal dominante” distante da realidade.
As últimas eleições legislativas no Iraque foram realizadas em 10 de outubro de 2021, dois anos após protestos generalizados terem forçado o ex-primeiro-ministro Adil Abdul-Mahdi a renunciar. Mustafa Al-Kadhimi o sucedeu e supervisionou as eleições.
O atual parlamento, dominado por partidos e blocos xiitas, iniciou o seu mandato em 9 de janeiro de 2022, com duração de quatro anos, até 8 de janeiro de 2026.
De acordo com a lei iraquiana, as eleições legislativas devem ser realizadas pelo menos 45 dias antes do fim do mandato do Parlamento.
Os três poderes do Governo iraquiano são tradicionalmente divididos por seita: a presidência vai para os curdos, o cargo de primeiro-ministro para os xiitas e o de presidente do parlamento para os sunitas, garantindo que todos os segmentos da sociedade estejam representados no Governo.