Lula e Trump discutem tarifas e crime organizado em conversa telefónica
Presidente brasileiro elogia a remoção de tarifa de 40% sobre exportações importantes pelos EUA e pede mais remoções de outras tarifas.
O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o seu homólogo norte-americano Donald Trump mantiveram uma conversa telefónica de 40 minutos na terça-feira, que o governo brasileiro descreveu como «muito produtiva». A conversa centrou-se principalmente em questões comerciais, económicas e na luta contra o crime organizado. Lula elogiou a recente decisão dos EUA de remover uma tarifa adicional de 40% que havia sido imposta a certos produtos agrícolas brasileiros, dizendo que a medida foi «muito positiva». Os produtos isentos, cujas tarifas foram removidas pelos EUA no final de novembro, incluíam importantes exportações brasileiras, como carne bovina, café e frutas.
Lula disse que enfatizou a necessidade de novas negociações sobre outros produtos ainda sujeitos a tarifas, ressaltando o desejo do Brasil de avançar rapidamente. Anteriormente, ele declarou que a remoção parcial das tarifas era uma «vitória para o diálogo, a diplomacia e o bom senso». Ele também enfatizou a urgência de fortalecer a cooperação com os EUA para combater o crime organizado internacional. Em resposta, o Presidente Trump enfatizou a sua disposição de trabalhar com o Brasil e prometeu o seu total apoio a iniciativas conjuntas contra essas organizações criminosas. Os dois presidentes concordaram em falar novamente em breve para acompanhar o andamento das iniciativas.
A chamada telefónica marca um abrandamento significativo das tensões, após um período em que as duas nações passaram de uma recente crise comercial para uma comunicação direta.
As tarifas adicionais foram inicialmente impostas por Trump numa medida altamente invulgar, citando não só práticas comerciais que considerava injustas, mas também a acusação do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro. Bolsonaro, um aliado político de Trump, foi recentemente condenado a mais de 27 anos de prisão por tentar um golpe de Estado após perder as eleições de 2022 para Lula.