Rússia insta os EUA a respeitarem o direito internacional após Trump ameaçar atacar a Nigéria
Moscovo apela a Washington para que respeite o direito internacional, em meio a relatos de uma possível ação militar dos EUA na Nigéria.
A Rússia está acompanhando de perto as notícias de que os Estados Unidos podem estar considerando uma ação militar na Nigéria, disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Maria Zakharova, instando Washington a agir de acordo com o direito internacional.
“Estamos a acompanhar de perto esta questão e apelamos a todas as partes envolvidas para que cumpram rigorosamente as normas jurídicas internacionais”, afirmou Zakharova na sexta-feira, durante uma conferência de imprensa semanal em Moscovo, em resposta a uma pergunta sobre a situação naquele país africano.
Os seus comentários surgiram na sequência das declarações do Presidente dos EUA, Donald Trump, a 1 de novembro, quando afirmou ter instruído o Pentágono para preparar uma possível ação militar com o objectivo de “proteger as comunidades cristãs” na Nigéria.
Embora Washington não tenha divulgado nenhuma confirmação oficial de tais planos, a declaração de Trump chamou a atenção de capitais estrangeiras, com Moscovo a enfatizar a necessidade de qualquer ação respeitar a soberania e o direito internacional.
A Nigéria já rejeitou as alegações dos EUA sobre a perseguição de cristãos no país.
O principal diplomata da Nigéria também alertou esta semana contra os esforços para desestabilizar o seu país.
“O que estamos a tentar fazer com que o mundo compreenda é que não devemos criar outro Sudão”, afirmou o Ministro dos Negócios Estrangeiros da Nigéria, Yusuf Tuggar, na terça-feira.
“Vimos o que aconteceu com o Sudão, com as agitações pela divisão do Sudão com base na religião, com base em sentimentos tribais”, afirmou.