Lula: Acordo comercial EUA-Brasil está 'garantido' depois da reunião com Trump na Cimeira da ASEAN

Lula diz que as suas conversas com Trump foram "francas e construtivas", sinalizando uma redução da tensão nas relações à medida que ambos os líderes se esforçam para resolver disputas tarifárias e revitalizar a cooperação económica.

Lula e Trump discutiram as barreiras comerciais e as sanções que têm prejudicado as relações nos últimos anos. / Reuters

O Presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira que um acordo comercial entre o Brasil e os Estados Unidos está “garantido”, depois da sua reunião com o Presidente dos EUA, Donald Trump, à margem da 47ª Cimeira da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) em Kuala Lumpur.

“Embora não tenha feito promessa”, Trump garantiu que haverá um acordo. “E eu acho que vai ser mais rápido do que muita gente pensa”, disse Lula aos jornalistas após o encontro.

Os dois líderes discutiram barreiras comerciais e sanções que têm causado tensões nas relações nos últimos anos. “Acertamos que nossas equipes vão se reunir imediatamente para avançar na busca de soluções para as tarifas e as sanções contra as autoridades brasileiras”, afirmou Lula numa publicação na plataforma X.

O papel estratégico do Brasil na América do Sul

As tensões entre os dois países agravaram-se devido às tarifas de 50% impostas pelos EUA sobre exportações brasileiras e às sanções aplicadas a autoridades ligadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, aliado de Trump, que foi condenado a 27 anos de prisão por planear um golpe.

Durante o encontro, Lula também abordou preocupações regionais, pedindo a Trump que considerasse o papel estratégico do Brasil na América do Sul. “Expliquei que é extremamente importante levar em conta a experiência que o Brasil tem como maior país da América do Sul e economicamente mais relevante da região— Se precisar que o Brasil ajude, estamos à disposição”, afirmou Lula.

“Bons acordos”

Trump, por sua vez, adotou um tom otimista. “Acho que devemos ser capazes de fazer alguns bons acordos para ambos os países”, disse ele após as conversas.

Lula também anunciou que o Brasil apoiará a candidatura da Malásia para se tornar membro pleno do BRICS, o bloco de economias emergentes que atualmente inclui o Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul e cinco novos membros admitidos no início deste ano.

O encontro em Kuala Lumpur marcou uma redução da tensão nas relações após anos de atritos comerciais e tensões políticas entre Washington e Brasília.