Brasil define limites para 10 novas terras indígenas

Os grupos indígenas exigem maior representação na COP30 e nas decisões sobre a preservação dos seus territórios.

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O governo brasileiro anunciou na segunda-feira que foram definidos os limites de 10 novos territórios indígenas / AP

O governo brasileiro anunciou na segunda-feira que foram definidos os limites de 10 novos territórios indígenas, uma medida que surge na sequência de protestos por mais representatividade que interromperam as negociações climáticas da ONU na cidade amazónica de Belém.

O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva já aprovou 16 territórios indígenas desde que reassumiu o cargo em 2023, mas alguns grupos criticaram a lentidão do processo. Os novos territórios abrangem sete estados e beneficiam pessoas de várias comunidades, incluindo os Munduruku, Tupinamba, Guarani-Kaiowa e Pataxo, informou o governo em comunicado. A demarcação é uma etapa intercalar no reconhecimento das terras, que deve ser ratificada por Lula.

Milhares de manifestantes, incluindo indígenas, marcharam na cimeira COP30 no sábado para pressionar os negociadores a agir urgentemente contra o aquecimento global. E na terça-feira, dezenas de manifestantes indígenas entraram em confronto com as forças de segurança que vigiavam o local da conferência. Os grupos indígenas exigem maior representação na COP30 e nas decisões sobre a preservação dos seus territórios.

Lula fez da demarcação de terras indígenas uma promessa de campanha — retomando uma política abandonada por seu antecessor de extrema direita, Jair Bolsonaro. Atualmente, as terras indígenas ocupam 13,8% do território brasileiro.

Cientistas afirmam que a demarcação dessas áreas contribui para a preservação do meio ambiente.