Lula: Ao prender Bolsonaro, o Brasil deu "uma lição de democracia ao mundo"
Bolsonaro foi condenado em setembro por liderar uma organização criminosa que conspirou para garantir o seu "domínio autoritário do poder".
O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse na quarta-feira que o Brasil deu uma lição de democracia ao mundo depois de o seu antecessor, Jair Bolsonaro, ter sido preso por uma tentativa fracassada de golpe. Bolsonaro, de 70 anos, começou a cumprir uma pena de 27 anos de prisão na terça-feira, após ser condenado por planear impedir Lula de assumir o cargo após as eleições de 2022.
O seu dramático julgamento chamou a atenção do Presidente dos EUA, Donald Trump, que criticou uma «caça às bruxas» contra o seu aliado e impôs sanções e tarifas punitivas ao Brasil. Muitas dessas tarifas já foram revogadas.
“Ontem, este país deu ao mundo uma lição de democracia. Sem nenhum alarde, a Justiça brasileira mostrou a sua força, não se amedrontou com as ameaças de fora e fez um julgamento primoroso onde não tem uma acusação de oposição”, disse Lula. “Pela primeira vez em 500 anos na história desse país, você tem alguém preso por tentativa de golpe”, num país que sofreu várias tentativas de golpe e viveu sob uma ditadura militar entre 1964 e 1985, disse ele num discurso. “Você tem um ex-presidente da República e você tem quatro generais de quatro estrelas presos.”
Bolsonaro foi condenado em setembro por liderar uma organização criminosa que conspirou para garantir o seu “domínio autoritário do poder”. A conspiração alegadamente envolvia um plano para assassinar Lula, o seu vice-presidente Geraldo Alckmin e o juiz do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.
Um primeiro recurso da sua condenação foi rejeitado no início deste mês. Os seus advogados esperavam apresentar outro recurso quando o tribunal superior declarou, na terça-feira, a sua decisão definitiva e anunciou que todos os recursos tinham sido esgotados.
Bolsonaro foi condenado a começar a cumprir a sua pena imediatamente. O tribunal decidiu que Bolsonaro permanecerá detido na sala Estado Maior — um espaço seguro para prisioneiros protegidos — onde se encontra atualmente detido na sede da polícia em Brasília.