Trump diz que o anúncio sobre o Conselho de Paz de Gaza é esperado para o início do próximo ano
O Presidente dos EUA sinaliza os próximos passos no plano para Gaza, enquanto o Hamas indica abertura para o “congelamento” de armas, mas rejeita o desarmamento.
O Presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que o anúncio sobre quais líderes mundiais farão parte do Conselho de Paz de Gaza deverá ser feito no início do próximo ano.
Trump disse aos jornalistas, durante um evento económico na Sala Roosevelt da Casa Branca, que vários líderes manifestaram interesse em integrar o Conselho, que foi criado no âmbito do plano de Gaza mediado pelos EUA, que estabeleceu um frágil cessar-fogo entre Israel e o Hamas.
“Faremos isso no início do próximo ano, e o Conselho de Paz será... será um dos conselhos mais lendários de todos os tempos”, disse aos jornalistas na Casa Branca.
“Todos querem participar. Basicamente, serão os líderes dos países mais importantes. Todos querem fazer parte (dele).”
“Congelamento” de armas
Entretanto, o Hamas mostrou-se aberto a um “congelamento” de armas, mas rejeitou o desarmamento total exigido no plano.
Numa entrevista transmitida pela Al Jazeera, o líder sénior do Hamas, Khaled Meshaal, disse: “A ideia do desarmamento total é inaceitável para a resistência. O que está a ser proposto é um congelamento, ou armazenamento de armas, para fornecer garantias contra qualquer escalada militar de Gaza com a ocupação israelita.”
Meshaal disse que os mediadores estavam a discutir a ideia e que “com o pensamento pragmático americano... tal visão poderia ser acordada com a administração dos EUA”.
O Hamas afirmou que não concordará em abrir mão do seu arsenal.
“O desarmamento para um palestiniano significa despojar-se da sua própria alma. Vamos alcançar esse objectivo de outra forma”, disse Meshaal.
O cessar-fogo, em vigor desde 10 de outubro, pôs fim à carnificina que começou em outubro de 2023. O acordo consiste em três fases e continua frágil, com Israel a violar repetidamente o cessar-fogo.
Na primeira fase, o grupo de resistência palestiniano comprometeu-se a libertar os restantes 48 prisioneiros vivos e mortos detidos em Gaza.
Todos foram libertados, excepto um corpo. Israel libertou quase 2.000 prisioneiros palestinianos e devolveu os corpos de centenas de palestinianos.
Meshaal disse que o Hamas poderia aceitar forças internacionais ao longo da fronteira de Gaza com Israel, semelhante à UNIFIL no sul do Líbano, mas não dentro de Gaza, chamando tal presença de “ocupação”.