A Türkiye condenou a decisão de Israel de reconhecer a região separatista da Somalilândia como um Estado independente, classificando-a como uma medida ilegal que mina a estabilidade regional.
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Oncu Keceli, disse na sexta-feira que a decisão israelita foi 'um novo exemplo das ações ilegais do governo de Netanyahu destinadas a criar instabilidade em níveis regional e global', acrescentando que constituía 'clara interferência nos assuntos internos da Somália'.
Ele afirmou que a medida de Israel fazia parte do que a Türkiye vê como políticas expansionistas e esforços para impedir o reconhecimento internacional do Estado da Palestina. Keceli enfatizou que decisões sobre o futuro da República Federal da Somália e da região da Somalilândia devem ser tomadas de forma que reflita 'a vontade de todos os somalis'.
A condenação ocorreu depois de Israel anunciar, na sexta-feira, que reconheceu oficialmente a Somalilândia como um Estado independente e soberano.
O genocida Netanyahu, afirmou que a medida foi tomada 'no espírito dos Acordos de Abraão', os acordos assinados em 2020 para normalizar as relações de Israel com os Emirados Árabes Unidos, o Bahrein, o Sudão e o Marrocos. Netanyahu também convidou o Presidente da Somalilândia a realizar uma visita oficial a Israel.
Reafirmando o apoio de Ancara à integridade territorial da Somália, Keceli disse que a Türkiye, que atribui importância à paz e à segurança no Corno de África, continuará a apoiar o povo somali.
Separadamente, o Egito afirmou também na sexta-feira que os ministros dos Negócios Estrangeiros da Somália, do Egito, da Türkiye e do Djibuti criticaram a decisão.
'Os ministros afirmaram a sua rejeição total e condenação ao reconhecimento da região da Somalilândia por parte de Israel, enfatizando o seu pleno apoio à unidade, soberania e integridade territorial da Somália', disse o ministério dos Negócios Estrangeiros do Egito em comunicado, após uma chamada telefónica entre o ministro egípcio e os seus homólogos somali, turco e djibutiano.
A Somalilândia declarou independência da Somália em 1991, mas nunca obteve reconhecimento internacional. Embora funcione como uma entidade autónoma de facto, a Somália considera a região parte integrante do seu território e vê qualquer interação direta com a Somalilândia como uma violação da sua soberania e unidade.




















