AMÉRICA LATINA
3 min de leitura
Lula lança fundo florestal na cimeira climática do Brasil
O Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF) visa reunir investimentos de 125 mil milhões de dólares de governos e investidores privados a longo prazo.
Lula lança fundo florestal na cimeira climática do Brasil
O Presidente Lula do Brasil anuncia fundo climático numa cimeira de líderes mundiais em Belém, porta de entrada para a Amazónia. / AP
7 de novembro de 2025

O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, que recebeu líderes mundiais para uma cimeira climática, lançou um fundo destinado à proteção das florestas do mundo, que são fundamentais para absorver o carbono que aquece o planeta.

No que Lula chamou de "um dos principais resultados tangíveis" esperados do encontro, o chamado Fundo Florestas Tropicais para Sempre tem como objetivo reunir investimentos de 125 mil milhões de dólares de governos e investidores privados a longo prazo, com um financiamento inicial de 10 mil milhões de dólares que ainda não foi recebido.

"As florestas valem mais em pé do que derrubadas e deveriam integrar o PIB dos nossos países", afirmou Lula na quinta-feira.

A cimeira de dois dias, realizada na cidade de Belém, no norte do Brasil, reúne chefes de Estado e de governo, ministros e líderes de organizações internacionais para discutir questões urgentes sobre mudanças climáticas e compromissos globais.

O evento faz parte do calendário oficial da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá de 10 a 21 de novembro.

De acordo com o fundo, os países que conservarem as suas florestas receberão 4 dólares por hectare por ano, ajustados conforme o desempenho verificado por monitorização via satélite, informou a ONU News.

Um total de 74 países é elegível, abrigando coletivamente mais de mil milhões de hectares de florestas tropicais e subtropicais. As áreas prioritárias incluem a Amazónia, a Floresta Atlântica, a Bacia do Congo, a região do Mekong e a ilha de Bornéu, no Sudeste Asiático, segundo o relatório.

Mundo 'falhou' no limite de 1,5°C

Anteriormente, o secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que o mundo não conseguiu impedir que as temperaturas globais ultrapassassem o limiar crítico de 1,5 graus Celsius (2,7 graus Fahrenheit), alertando que agora é inevitável uma ultrapassagem temporária.

"A dura verdade é que falhámos em garantir que permaneceríamos abaixo de 1,5 graus", disse Guterres aos líderes na Cimeira Climática de Belém, no Brasil.

"A ciência agora diz-nos que um aumento temporário além do limite de 1,5 – começando, no mais tardar, no início da década de 2030 – é inevitável."

O chefe da ONU alertou que mesmo um aumento temporário terá "consequências dramáticas", expondo milhares de de pessoas a condições inabitáveis.

Guterres afirmou que a Organização Meteorológica Mundial confirmou que as emissões atingiram outro recorde no ano passado e continuaram a aumentar em 2025.

Os planos climáticos nacionais atuais levariam a um aquecimento acima de 2,0 graus, mesmo se implementados integralmente, disse ele, classificando esse resultado como "falha moral – e negligência mortal."

RelacionadoTRT Português - Brasil pretende lançar fundo de US$125 bilhões para pagar países por preservarem florestas tropicais