AMÉRICA LATINA
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Venezuela condena o 'bloqueio total de petróleo' imposto pelos EUA como um ato ilegal de agressão
Caracas acusa Washington de violar o direito internacional após o Presidente Donald Trump ordenar restrições abrangentes a petroleiros perante a crescente pressão militar no Caribe.
Venezuela condena o 'bloqueio total de petróleo' imposto pelos EUA como um ato ilegal de agressão
Washington diz que as suas medidas visam desmantelar "redes ilícitas de transporte de petróleo". / Reuters
17 de dezembro de 2025

Na terça-feira, a Venezuela condenou veementemente uma ordem dos Estados Unidos que impõe o que chamou de "bloqueio total" a petroleiros, acusando Washington de violar o direito internacional e de intensificar um confronto perigoso no Caribe.

Num comunicado do governo, a Vice-presidente Delcy Rodríguez afirmou que a medida do Presidente Donald Trump equivale a "ameaças imprudentes e graves" que violam os princípios do livre comércio e da liberdade de navegação.

Ela descreveu a decisão como uma tentativa flagrante de estrangular a economia venezuelana e de apreender o controlo dos seus recursos naturais.

A reação verificou-se um dia depois de Trump anunciar que tinha ordenado um "bloqueio total e completo" às embarcações sancionadas que entram ou saem da Venezuela, enquanto as forças militares dos Estados Unidos continuam a concentrar-se ao largo da costa norte do país, no Mar do Caribe.

"A Venezuela não é propriedade de Trump"

Caracas chamou a medida de "grotesca", acusando Trump de agir como se o petróleo, as terras e as riquezas minerais da Venezuela pertencessem aos Estados Unidos.

"Trump assume que os recursos da Venezuela são a sua propriedade", dizia o comunicado.

Numa publicação na sua plataforma Truth Social, Trump afirmou que a Venezuela estava "completamente cercada pela maior armada já reunida na história da América do Sul", e alertou que a pressão aumentaria até que Caracas devolva "todo o petróleo, terras e outros bens que eles anteriormente nos roubaram."

As observações parecem referir-se à nacionalização de ativos pertencentes a empresas dos Estados Unidos realizada pela Venezuela nas últimas décadas.

O impasse marca um novo ponto alto numa campanha de pressão dos Estados Unidos contra a Venezuela que se estende por meses. Nos últimos quatro meses, as forças dos Estados Unidos mantiveram uma presença militar crescente no Caribe, realizando ataques contra embarcações suspeitas de tráfico de drogas.

Trump também sugeriu que as forças dos Estados Unidos poderiam conduzir ataques terrestres em território venezuelano.

As tensões escalaram ainda mais em 10 de dezembro, quando forças dos Estados Unidos apreenderam um petroleiro sancionado na costa da Venezuela — uma ação que Caracas denunciou como "pirataria internacional."

Washington sustenta que as suas medidas visam desmantelar o que descreve como redes ilícitas de transporte de petróleo usadas para financiar organizações terroristas estrangeiras. A Venezuela, entretanto, insiste que as ações equivalem a uma guerra económica e a uma violação das normas internacionais que regem a navegação marítima.

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