A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, terá informado os líderes do bloco de 27 Estados-membros de que a assinatura de um acordo de livre-comércio entre a UE e o Mercosul foi adiada para janeiro.
Segundo a BFMTV, von der Leyen disse aos líderes, em Bruxelas, na quinta-feira, que a assinatura seria adiada, apesar das suas esperanças anteriores de concluir o acordo já este fim de semana.
Estava previsto que o acordo fosse assinado no sábado, durante uma cimeira do Mercosul na cidade brasileira de Foz do Iguaçu.
No entanto, de acordo com a mesma fonte, seria primeiro necessária a aprovação de uma maioria qualificada dos Estados-membros da UE em Bruxelas.
Esse apoio não foi alcançado, segundo a BFMTV, devido à oposição da França e da Itália, o que impediu a Comissão Europeia de avançar com a assinatura.
Demonstração de força
O adiamento surge após agricultores terem realizado um protesto em Bruxelas contra o pacto.
Milhares de agricultores invadiram a capital belga na quinta-feira — levando cerca de 1.000 tratores a buzinar pela cidade — numa altura em que o acordo pairava sobre a reunião dos líderes europeus.
A Alemanha, assim como a Espanha e os países nórdicos, apoiam fortemente o pacto com o Mercosul, procurando impulsionar as exportações numa altura em que a Europa enfrenta a concorrência chinesa e uma administração na Casa Branca favorável a tarifas.
No entanto, os agricultores afirmam que o acordo também facilitaria a entrada na Europa de carne de bovino, açúcar, arroz, mel e soja produzidos por concorrentes sul-americanos sujeitos a uma regulamentação menos exigente.
Os agricultores estão igualmente indignados com os planos da UE para reformar os volumosos subsídios agrícolas do bloco de 27 países, receando que passe a haver menos dinheiro disponível para o sector.


















