MÉDIO ORIENTE
2 min de leitura
Ativista brasileiro: "Flotilhas de ajuda humanitária continuarão a ir para Gaza"
"Enquanto não houver justiça para o povo palestiniano, as flotilhas continuarão", acrescentou o ativista brasileiro Thiago Ávila.
Ativista brasileiro: "Flotilhas de ajuda humanitária continuarão a ir para Gaza"
Ativistas brasileiros que faziam parte da frota da Global Sumud Flotilla e foram detidos por Israel chegam a Guarulhos / Reuters
há 5 horas

O ativista brasileiro Thiago Ávila, um dos principais organizadores da flotilha internacional de ajuda humanitária para Gaza, afirmou na quinta-feira que, após o anúncio do cessar-fogo entre Israel e o Hamas, a campanha de envio de ajuda humanitária para a devastada região palestiniana continuará.

Em declarações à imprensa após regressar ao Brasil, Ávila afirmou: “No acordo de cessar-fogo, não há qualquer menção ao fim do bloqueio ilegal imposto por Israel, pelos EUA ou por qualquer outro país a Gaza”.

“Enquanto não houver justiça para o povo palestiniano, as flotilhas continuarão”, acrescentou.

Ávila é um dos 13 brasileiros que integravam a Flotilha Global Sumud, composta por 45 navios, que foi interceptada por Israel na semana passada. Israel deteve e deportou mais de 470 pessoas que estavam nos navios, incluindo a ativista climática sueca Greta Thunberg.

Nos últimos meses, Israel impediu a passagem de várias flotilhas de ajuda internacional que tentavam chegar a Gaza, onde, segundo a ONU, começou uma situação de escassez após dois anos de ataques militares israelitas devastadores.

Israel impôs um bloqueio à região e reduziu significativamente a quantidade de ajuda humanitária permitida durante a guerra. Vários ativistas da frota relataram ter sido maltratados durante a detenção, mas Israel negou essas alegações.

Ávila disse: «É claro que houve violações que serão objeto de queixas nos tribunais internacionais, mas estas não são nada quando comparadas com o sofrimento dos palestinianos».

Ávila também relatou casos de «violência física» e «interrogatórios forçados» contra ativistas. “Os doentes com diabetes não tiveram acesso à insulina durante três dias”, disse ele.

Israel e o Hamas assinaram um acordo de cessar-fogo na quinta-feira, após mais de dois anos de guerra, que começou com o ataque do Hamas a Israel em outubro de 2023. A campanha de retaliação de Israel transformou grande parte de Gaza em escombros, incluindo escolas, hospitais e infraestruturas básicas, e causou a morte de pelo menos 67 194 pessoas, de acordo com o Ministério da Saúde da região.

RelacionadoTRT Português - Ativistas turcos relatam assédio, abuso e racismo na detenção israelita após ataque à flotilha Sumud

FONTE:AFP