AMÉRICA LATINA
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Ativistas apelam a que COP30 articule justiça climática com reparações por crimes históricos
Apelo insta o Brasil e a COP30 a criarem um espaço oficial na cimeira dedicado à justiça climática e às reparações, liderado por africanos, afrodescendentes e comunidades indígenas.
Ativistas apelam a que COP30 articule justiça climática com reparações por crimes históricos
Ativistas marcham antes do Dia Internacional da Amazónia em Brasília
29 de setembro de 2025

Centenas de grupos ambientalistas e de direitos humanos apelaram à COP30, a cimeira climática global que se realizará no Brasil em novembro, para que aborde as raízes históricas da crise climática e inclua as reparações na agenda.

A carta argumenta que crimes históricos, como a escravidão e o colonialismo, criaram desigualdades globais no acesso aos recursos, levaram a contribuições assimétricas para as emissões, aumentaram a vulnerabilidade a desastres e continuam a excluir muitos da tomada de decisões sobre o clima. “Não pode haver verdadeira justiça climática sem justiça reparatória”, afirmaram os signatários.

Lançada por organizações como o Instituto Luiz Gama do Brasil e a Rede Pan-Africana do Caribe no início desta semana, a carta já foi assinada por mais de 240 organizações e figuras públicas, incluindo a Amnistia Internacional dos EUA e filiais locais do Black Lives Matter. O Ministro do Meio Ambiente da Colômbia também apoiou a carta.

A carta será enviada ao governo brasileiro e às Nações Unidas na próxima semana. “A crise climática não surgiu recentemente — é uma continuação de séculos de emissões de gases de efeito estufa, extração, desapropriação e violência racia”, afirma a carta, instando a COP30 a abordar as injustiças históricas e a necessidade de reparações como parte de qualquer negociação sobre o clima.

A carta afirma que seria significativo para o Brasil, que recebeu mais escravos do que qualquer outro país e que hoje tem a maior população de afrodescendentes fora de África, assumir a liderança desse apelo. Insta o Brasil e a COP30 a criarem um espaço oficial na cimeira dedicado à justiça climática e às reparações, liderado por africanos, afrodescendentes e comunidades indígenas.

Também solicita ao Brasil que incorpore estes temas na sua agenda política e facilite ativamente estas conversas na COP30. As reivindicações por reparações têm ganho novo impulso em todo o mundo, mas a reação contra elas também tem crescido, com críticos a afirmar que os Estados e instituições modernos não devem pagar ou fazer outras reparações por erros históricos.

Anielle Franco, Ministra da Igualdade Racial do Brasil, disse à Reuters no ano passado que os erros do passado não são reconhecidos por aqueles que estão no poder e que as reparações tinham a ver com «construir um futuro mais digno».

FONTE:Reuters
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