O jornalista independente da TRT World, Yahya Barzaq, foi morto num ataque aéreo israelita em Deir al-Balah, no centro de Gaza.
Barzaq estava em missão a documentar o impacto da guerra sobre os civis quando um ataque israelita atingiu um café onde ele estaria a fazer upload de imagens.
Ele foi um dos cinco que morreram no ataque, de acordo com os media palestinianos.
Os médicos informaram que pelo menos mais 58 palestinianos, incluindo uma mulher grávida e uma criança, foram mortos na terça-feira em novos ataques israelita em toda a Gaza.
Os media palestinianos relataram que o ataque em Deir al-Balah também teve como alvo uma oficina de carpintaria.
Barzaq e outros foram mortos perto da Rua do Meio Ambiente na cidade.
Nas suas últimas publicações no Instagram, Barzaq disse que foi forçado a fugir da Cidade de Gaza para o sul devido aos bombardeamentos israelitas e ameaças de deslocamento forçado.
"O meu corpo foi para o sul, mas o meu coração ainda está na Cidade de Gaza", escreveu ele.
Türkiye condena o ataque
Burhanettin Duran, Diretor das Comunicações da República da Türkiye, disse que Barzaq foi "uma voz corajosa que procurava a verdade sob a sombra da ocupação e opressão".
Acrescentou: "A sua história, apresentada no documentário da TRT World 'Gaza nas Minhas Fotografias', mostrou o seu compromisso em contar ao mundo o que estava a acontecer. Ataques a jornalistas nunca silenciarão a verdade. Rezamos por misericórdia para Yahya e estendemos as nossas condolências à sua família, colegas e entes queridos."
Zahid Sobacı, Diretor-Geral da TRT, condenou fortemente o ataque. Disse que a morte de Barzaq é mais um lembrete dos perigos enfrentados pelos jornalistas em Gaza.
"Estamos profundamente entristecidos pela perda do nosso colega Yahya Barzaq, que estava a reportar sob condições extremamente difíceis. Israel não conseguirá esconder os seus crimes contra a humanidade ao atacar jornalistas, e a responsabilização virá mais cedo ou mais tarde", afirmou.
Barzaq era muito conhecido em Gaza como um fotógrafo de recém-nascidos.
Antes da guerra, a sua página no Instagram estava repleta de retratos cuidadosamente preparados de bebés fotografados no seu estúdio particular na Cidade de Gaza.
Desde o início do ataque de Israel, o seu feed transformou-se em imagens marcadas por linhas pretas — um símbolo de morte e destruição.
Ele também partilhou vídeos em que lamentava as crianças mortas na guerra genocida.
Barzaq é um dos pelo menos 250 jornalistas e trabalhadores da comunicação social mortos em Gaza desde 7 de outubro de 2023, tornando esta guerra numa das mais mortais para a imprensa na história moderna, segundo observadores palestinianos e internacionais.
Os media palestinianos afirmaram que a sua morte destaca o contínuo alvo de jornalistas em Gaza com a intensificação dos bombardeamentos israelitas contra zonas civis e infraestruturas.