A União Europeia “não está a conseguir acompanhar a velocidade da mudança” nos Estados Unidos e na China e tem de agir urgentemente em matéria de reformas económicas para evitar ficar ainda mais para trás, afirmou na terça-feira o autor de um relatório importante.
O ex-presidente do Banco Central Europeu e líder italiano Mario Draghi fez alertas contundentes há um ano em um relatório de 400 páginas, dizendo à Europa que mudanças rápidas eram necessárias para acompanhar os rivais globais.
Os cidadãos europeus estão “desiludidos com a lentidão com que a UE avança”.
“Vêem-nos a não conseguir acompanhar a velocidade da mudança noutros lugares", afirmou numa conferência em Bruxelas.
"Muitas vezes, são apresentadas desculpas para esta lentidão."
Ele alertou a Europa que "continuar como de costume é resignar-se a ficar para trás", pedindo "resultados dentro de meses, não anos".
Um ano depois, os desafios enfrentados pela Europa só se tornaram mais agudos, alertou Draghi, com a ordem global de comércio a mudar desde a chegada do Presidente dos EUA, Donald Trump, em janeiro.
Tensões comerciais, altas dívidas públicas entre os países da UE e a exposição das altas dependências da Europa em relação a outros países lembraram dolorosamente o bloco de que "a inação ameaça não apenas a nossa competitividade, mas a nossa própria soberania".
Falando antes de Draghi, a Chefe da UE, Ursula von der Leyen, também disse que o bloco de 27 países precisava agir mais rapidamente, enquanto defendia o seu desempenho até agora.
Ela apontou para medidas tomadas por Bruxelas no que respeita à inteligência artificial, aumento dos gastos com defesa e redução da burocracia para facilitar a vida das empresas.
Mas criticou o Parlamento Europeu, sugerindo que estava a mover-se muito lentamente na aprovação do esforço da Comissão Europeia para reduzir os encargos administrativos.
"Precisamos de ação urgente para enfrentar necessidades urgentes, porque as nossas empresas e trabalhadores não podem mais esperar", disse ela.