Os Estados Unidos consideram de "encenação" o reconhecimento de um estado palestiniano por vários aliados-chave — incluindo a Grã-Bretanha, a Austrália e o Canadá.
"O nosso foco mantém-se na diplomacia séria, não em gestos de encenação. As nossas prioridades são claras: a libertação dos reféns, a segurança de Israel, e paz e prosperidade para toda a região", disse um porta-voz do Departamento de Estado americano no domingo sob condição de anonimato, atirando as culpas para o Hamas.
A medida surgiu após uma mudança histórica no início do dia, quando o Reino Unido, o Canadá, a Austrália e Portugal reconheceram formalmente a Palestina.
"Perante o horror crescente no Médio Oriente, estamos a agir para manter viva a possibilidade de paz e a solução de dois estados", disse o primeiro-ministro Keir Starmer.
O primeiro-ministro canadiano Mark Carney ofereceu uma parceria para construir "uma promessa de um futuro pacífico tanto para o Estado da Palestina como para o Estado de Israel".
Espera-se que mais países reconheçam a Palestina durante a AGNU deste ano, incluindo França, Bélgica, Luxemburgo, Malta, Andorra e San Marino, isolando ainda mais Israel e os EUA por extensão.
A fúria de Israel
O Benjamin Netanyahu disse que a resposta de Israel será anunciada quando regressar dos Estados Unidos, onde está agendado para se encontrar com o presidente Donald Trump.
"E tenho outra mensagem para vocês: Não vai acontecer. Um estado palestiniano não será estabelecido a oeste do rio Jordão", sublinhou numa declaração.
O ministro da Segurança Nacional de extrema-direita Itamar Ben-Gvir apelou ao governo israelita para anexar a Cisjordânia ocupada e avançar com "um esmagamento completo da Autoridade Palestiniana".
Escrevendo no X, Ben-Gvir acrescentou que submeteria uma proposta para a anexação da Cisjordânia na próxima reunião do conselho de ministros.
Cerca de três quartos dos estados-membros da ONU já reconhecem a Palestina, tendo a Irlanda, Espanha e Noruega formalizado o reconhecimento no ano passado.
