O TikTok afirmou ter assinado um acordo de joint venture com investidores que permitiria à empresa continuar a operar nos Estados Unidos e evitar uma eventual proibição relacionada com a sua propriedade chinesa, segundo relatos da comunicação social norte-americana.

Citando um memorando interno obtido pela Bloomberg e pela Axios, o director-executivo do TikTok, Shou Chew, disse aos funcionários que o acordo tinha sido aprovado pela empresa e pela sua empresa-mãe chinesa, a ByteDance.

A nova empresa incluiria a Oracle, a Silver Lake e a MGX como principais investidores.

O presidente executivo e fundador da Oracle, Larry Ellison, é um aliado de longa data do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Chew afirmou que um terço da empresa sediada nos EUA seria detido por investidores já existentes da ByteDance, enquanto quase 20% permaneceriam na posse da própria ByteDance, a participação máxima permitida a uma empresa chinesa ao abrigo da legislação norte-americana.

Acordo surge após legislação de proibição nos EUA

O acordo surge na sequência de legislação aprovada durante a presidência de Joe Biden que exigia que a ByteDance vendesse as operações do TikTok nos Estados Unidos ou enfrentasse uma proibição no seu maior mercado.

Responsáveis norte-americanos, incluindo Trump durante o seu primeiro mandato, têm alertado para o facto de a China poder utilizar o TikTok para recolher dados sobre cidadãos norte-americanos ou exercer influência através do seu algoritmo.

Trump tem adiado repetidamente a aplicação da lei através de ordens executivas, tendo prolongado mais recentemente o prazo até Janeiro.

O acordo confirma em grande medida um anúncio da Casa Branca feito em Setembro, no qual se afirmava que tinha sido alcançado um entendimento que cumpriria os requisitos da lei de 2024.

“Após a conclusão do acordo, a ‘joint venture’ norte-americana funcionará como uma entidade independente, com autoridade sobre a protecção de dados nos EUA, a segurança do algoritmo, a moderação de conteúdos e a garantia de software”, afirmou Chew no memorando.

Acrescentou ainda que as entidades norte-americanas da TikTok Global supervisionariam a interoperabilidade global dos produtos e determinadas actividades comerciais, incluindo comércio electrónico, publicidade e marketing.

O memorando não esclareceu se a unidade global continuaria a ser detida pela ByteDance.

O documento assinala a primeira indicação de que o TikTok concordou formalmente com o acordo anunciado pela administração Trump, o qual exigirá a aprovação do Governo chinês para avançar.