A nova Primeira-Ministra do Japão, Sanae Takaichi, prometeu adotar uma política fiscal “agressiva” para estimular o crescimento e fortalecer a segurança nacional, delineando as suas prioridades económicas e de defesa no seu primeiro discurso político ao parlamento na sexta-feira, informou a Kyodo News.
Takaichi disse que o seu governo tomaria medidas ousadas para estimular a procura interna e proteger as famílias da volatilidade económica global.
Ela também anunciou que o Japão aumentaria os gastos com defesa para 2% do PIB dois anos antes do previsto, acelerando a maior expansão militar do país em décadas.
Durante seu discurso, legisladores da oposição interromperam repetidamente suas observações, enquanto membros do Partido Liberal Democrático (LDP), actualmente no poder, e seus apoiadores aplaudiram sua visão. Takaichi, eleita na terça-feira, é a primeira mulher a ocupar o cargo de Primeira-Ministra do Japão.
Pressões inflacionárias aumentam os desafios económicos
O discurso de Takaichi ocorreu no momento em que novos dados mostraram que a inflação do Japão continua a superar a meta de 2% do Banco do Japão (BOJ).
Dados do Governo divulgados na sexta-feira mostraram que a inflação básica anual — que exclui os preços dos alimentos frescos — subiu para 2,9% em setembro, face aos 2,7% de agosto.
A inflação geral acompanhou esse número, subindo para 2,9%, enquanto o índice “core-core” preferido pelo BOJ, que exclui energia e alimentos frescos, diminuiu ligeiramente de 3,3% para 3%.
O aumento marca o 41.º mês consecutivo em que a inflação excedeu a meta do BOJ, ressaltando o delicado equilíbrio que Takaichi enfrenta entre a expansão fiscal e o aperto monetário.
Os preços do arroz, um importante factor de inflação no início deste ano, começaram a arrefecer, subindo 49,2% em setembro em comparação com o mesmo período do ano anterior, contra 69,7% em agosto e mais de 100% em maio, o maior aumento em cinco décadas.
O Japão, a quarta maior economia do mundo, prometeu cerca de 70 mil milhões de dólares em despesas de defesa neste ano fiscal, o equivalente a aproximadamente 1,8% do PIB.



