A Rússia declarou controlo total sobre a estratégica cidade de Kupiansk, no nordeste do país, contestando as alegações ucranianas de recentes ganhos territoriais no importante centro ferroviário.
Leonid Sharov, chefe do grupo militar russo Zapad, disse à TASS na terça-feira que “a cidade de Kupiansk está sob o controlo do Sexto Exército Russo”, apesar das tentativas ucranianas de voltar a entrar na cidade.
O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, visitou anteriormente as forças da linha da frente perto de Kupiansk, depois de Kiev ter relatado a recaptura de vários distritos e duas localidades próximas, sublinhando a natureza contestada da região.
Sharov acrescentou que pequenas unidades ucranianas continuam a tentar diariamente retomar a cidade, mas as tropas russas mantêm uma presença firme em toda a área, crítica para a logística e os movimentos das tropas.
Separadamente, a Rússia afirmou ter capturado a aldeia de Novoplatonivka, na região de Kharkiv, ao mesmo tempo que rejeitou os relatos ucranianos de que um submarino da Frota do Mar Negro teria sido afundado na base naval de Novorossiysk.
O capitão Alexey Rulev, chefe do serviço de imprensa da frota, classificou os relatos como “falsos”.
A Rússia não viu a proposta oficial
Entretanto, a Rússia afirmou na terça-feira que “não viu” a proposta dos líderes europeus de criar uma força multinacional de manutenção da paz para garantir a paz na Ucrânia, publicada um dia antes, recusando-se a comentar o plano.
Os líderes europeus propuseram uma “força multinacional” liderada pela Europa, com o apoio dos EUA, para fazer cumprir um potencial acordo de paz na Ucrânia, segundo uma declaração conjunta emitida após a reunião com o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, em Berlim.
A força — de acordo com o comunicado divulgado na noite de segunda-feira — faria parte de “garantias de segurança robustas” para a Ucrânia por parte dos Estados Unidos e das potências europeias, visando garantir que a Rússia não viola qualquer acordo para pôr fim à guerra iniciada com o ataque russo em 2022.
Mas a Rússia recusou-se a comentar o documento na terça-feira.
“Vimos as notícias nos jornais até agora, mas não vamos responder a elas. Ainda não vimos nenhum texto”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, aos jornalistas na terça-feira.
Comissão para os danos causados pela guerra na Ucrânia
Simultaneamente, autoridades europeias reuniram-se em Haia na terça-feira para criar a Comissão Internacional de Reclamações para a Ucrânia, com o objectivo de supervisionar bilhões de euros em reparações por danos causados pela guerra.
A comissão avaliará as reclamações, coordenará futuros fundos de compensação e trabalhará em conjunto com o “Registo de Danos” da Ucrânia, que já registou mais de 80.000 reclamações de indivíduos e organizações.
O Ministro dos Negócios Estrangeiros dos Países Baixos, David van Weel, confirmou que a comissão terá sede nos Países Baixos e salientou a importância das reparações para as vítimas ucranianas.
“Sem responsabilização, um conflito não pode ser totalmente resolvido. E parte dessa responsabilização é também pagar os danos causados. Por isso, penso que é um grande passo hoje estarmos a criar uma comissão de reclamações e a assinar um tratado sobre isso”, disse Van Weel aos jornalistas.
















