Uma juiza norte-americana rejeitou uma ação judicial que acusava a agência da ONU para refugiados palestinianos (UNRWA) de fornecer financiamento que possibilitou o ataque transfronteiriço do grupo de resistência palestiniano Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023, informou o New York Times.
A juíza Analisa Torres, do Tribunal Federal Distrital de Manhattan, decidiu que a agência da ONU está protegida por imunidade como parte das Nações Unidas, informou o New York Times na quinta-feira.
De acordo com o relatório, a ação judicial, movida em nome de cerca de 100 d queixosos israelitas, incluindo sobreviventes do ataque, os herdeiros das vítimas mortas e pelo menos um refém, alegava que a UNRWA permitiu que o grupo de resistência palestiniano Hamas desviasse fundos para seu próprio uso.
A administração Trump argumentou em abril que a agência da ONU e certos funcionários citados na ação judicial, incluindo o comissário-geral Philippe Lazzarini, não deveriam gozar de imunidade.
Numa carta ao tribunal, o Departamento de Justiça alegou que a Agência e os seus funcionários “devem responder a estas alegações nos tribunais norte-americanos”.
No ano passado, a anterior administração de Joe Biden sustentou em documentos judiciais que a Agência é imune a processos judiciais. A decisão do juiz concordou com essa opinião.
Os queixosos alegaram que a UNRWA pagava aos funcionários locais em dinheiro e exigia que convertessem o dinheiro através de casas de câmbio afiliadas ao Hamas, gerando milhões de dólares em receitas adicionais para o grupo.
Um advogado dos queixosos não respondeu imediatamente aos pedidos de comentários na quinta-feira, nem uma porta-voz da Agência, segundo o relatório.
Alegações infundadas
A Agência tem enfrentado repetidas alegações por parte de Israel de ligações entre o seu pessoal e “grupos militantes”, alegações que tem negado consistentemente, alegando falta de provas.
Citando as alegações, embora não comprovadas, alguns políticos e países ocidentais pediram o corte de financiamento à UNRWA, apesar do trabalho vital que em vindo a realizar há décadas pelos refugiados palestinianos.
Para sustentar as alegações, Israel forneceu uma lista de 100 supostos “militantes”, mas não apresentou provas, apesar dos repetidos pedidos da UNRWA.
“A Agência solicitou em várias ocasiões a cooperação do Governo de Israel, pedindo que fornecesse informações e provas para fundamentar as acusações feitas contra a UNRWA”, afirmou a Agência num documento em resposta às alegações de Israel.
“Até à data, a UNRWA não recebeu qualquer resposta, nem o Governo de Israel partilhou quaisquer provas.”