O Diretor de ajuda das Nações Unidas descreveu o sofrimento dos civis deslocados no estado de Darfur do Norte, no Sudão, como "indescritível", afirmando que mais da metade dos sobreviventes em fuga são crianças.
"Sofrimento indescritível em Tawila. Mais da metade dos sobreviventes em fuga são crianças", disse Tom Fletcher no domingo numa publicação no X.
"Uma mulher ferida que conheci entrou no acampamento depois de sobreviver a um ataque, segurando o filho faminto de uma amiga", acrescentou. "Eles perguntam ao mundo se a ajuda chegará."
A agência de socorro da ONU disse numa publicação no Facebook que Fletcher visitou Tawila e "se encontrou e conversou com mulheres que fugiram de Al Fasher há apenas algumas semanas."
Ele afirmou que os sudaneses deslocados "carregam histórias aterrorizantes de violência brutal. O mundo não os protegeu. Temos de fazer melhor."
De acordo com o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), Fletcher visitou Al Geneina, em Darfur Ocidental, e Zalingei, em Darfur Central.
No início desta semana, Fletcher voou para Port Sudan, no leste do Sudão, onde se reuniu com o chefe do Conselho Soberano de Transição do Sudão, Abdel Fattah al Burhan.
Números alarmantes
A Organização Internacional para as Migrações (OIM) estima que o número total de deslocados de Al Fasher e de vilas circundantes ultrapassou 99 000 desde 26 de outubro.
No mês passado, a força paramilitar RSF ocupou Al Fasher, capital de Darfur do Norte, e foi acusada de massacres.
O grupo controla os cinco estados de Darfur, dos 18 estados do Sudão, enquanto o exército mantém o controlo da maioria dos demais 13 estados, incluindo Cartum.
Darfur corresponde a cerca de um quinto do território do Sudão, mas a maior parte dos 50 milhões de habitantes do país vive em áreas controladas pelo exército.
O conflito no Sudão entre o exército e as milícias RSF, que começou em abril de 2023, matou pelo menos 40 000 pessoas e deslocou 12 milhões, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
