O terceiro porta-aviões da China entrou em serviço esta semana, informou a mídia estatal na sexta-feira, marcando um marco importante na iniciativa do Presidente Xi Jinping de modernizar as forças armadas.
O Fujian junta-se à frota da China num momento em que Pequim projecta seu poder marítimo contra os Estados Unidos e outros países da região, com pontos de tensão incluindo disputas territoriais no Mar do Sul da China e reivindicações persistentes sobre Taiwan.
O mais recente porta-aviões está equipado com um sistema eletromagnético de lançamento de aeronaves (EMALS) — algo que anteriormente apenas o USS Gerald R. Ford possuía.
O avançado sistema de descolagem permite à força aérea chinesa utilizar jatos com cargas úteis maiores e mais combustível.
A agência de notícias estatal Xinhua informou na sexta-feira que Xi tinha “decidido pessoalmente” que o Fujian — que partilha o nome da província em frente a Taiwan — adotaria um sistema EMALS.
Pequim não descarta o uso da força para tomar Taiwan, uma ilha autônoma que a China reivindica como parte do seu território.
Analistas dizem que a China está atrás dos Estados Unidos, que têm 11 porta-aviões em serviço, em termos de poderio militar geral.
Mas Pequim investiu bilhões de dólares em defesa nos últimos anos, uma tendência que tem deixado alguns governos do Leste Asiático nervosos, apesar da China insistir que seus objectivos são pacíficos.
A marinha, em particular, passou por uma expansão maciça, à medida que os líderes buscam ampliar o alcance da China no Pacífico e desafiar a aliança liderada pelos EUA.
“Grandioso e entusiasmante”
Após realizar testes marítimos nos últimos meses, o Fujian agora se junta aos outros dois porta-aviões da China em operação activa, o Liaoning e o Shandong.
O Liaoning, construído pela União Soviética, é o mais antigo, tendo entrado em serviço em 2012, enquanto o Shandong entrou em serviço em 2019.
O terceiro porta-aviões da China é “em muitos aspectos mais capaz do que o Liaoning e o Shandong”, afirmou Collin Koh, especialista em assuntos navais regionais da Universidade Tecnológica de Nanyang.
“No geral, em comparação com os dois porta-aviões anteriores, que têm configuração de rampa de salto, o Fujian tem maior persistência de combate e poder de ataque”, disse Koh.
O Fujian já tinha estado várias vezes no centro das atenções antes da sua entrada em serviço formal.
Autoridades de defesa chinesas confirmaram em setembro que o Fujian havia navegado pelo sensível Estreito de Taiwan para realizar “testes de pesquisa científica e missões de treinamento” no Mar da China Meridional.
Analistas afirmam que a travessia provavelmente teve como objectivo enviar um forte sinal a potenciais adversários.
Os ministérios da Defesa do Japão e de Taiwan afirmaram na altura que tinham detetado os movimentos do Fujian, que o levaram a aproximar-se a cerca de 200 quilómetros (125 milhas) das disputadas Ilhas Senkaku, conhecidas em chinês como Ilhas Diaoyu.
A China também divulgou vídeos em setembro de decolagens e aterragens de aeronaves a bordo do Fujian, incluindo o caça furtivo J-35 de quinta geração.
A mídia estatal saudou isso como um “novo avanço” no desenvolvimento dos porta-aviões chineses e um “marco importante” na modernização da marinha.















