A votação na Moldova chegou ao fim numa eleição parlamentar "significativa" que deve moldar a candidatura de Chisinau à adesão à União Europeia, bem como o equilíbrio de poder no parlamento.
A votação começou no domingo em 2.274 seções eleitorais, das quais 1.973 estão localizadas no território da Moldova, às 7h, horário local (0400GMT), e terminou oficialmente às 21h, horário local (1800GMT).
De acordo com a Comissão Eleitoral Central (CEC) da Moldova, registaram-se mais de 3.400 observadores para monitorizar a eleição, incluindo 912 observadores internacionais.
Após o encerramento da votação, a CEC informou que quase 1,6 milhão de moldavos votaram, representando uma participação superior a 52%.
"Às 21h, as seções eleitorais no país encerraram as suas atividades, sem interrupções no fluxo de votação ou outros incidentes relacionados ao processo eleitoral", afirmou a CEC num comunicado, observando que algumas seções eleitorais no exterior permanecem abertas.
Os resultados preliminares serão anunciados na segunda-feira
A CEC acrescentou que realizará uma conferência de imprensa na segunda-feira às 10h para apresentar os resultados preliminares da eleição.
Durante a votação, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Moldova informou ter recebido relatos de ameaças de bomba em várias seções eleitorais no exterior, alegando que fazem parte do "ataque da Rússia ao processo eleitoral" no país.
Separadamente, o Serviço de Tecnologia da Informação e Segurança Cibernética da Moldova (STISC) relatou múltiplos ataques cibernéticos à infraestrutura eleitoral do país, incluindo o site da CEC, desde sábado.
O Partido de Ação e Solidariedade (PAS), liderado pela Presidente Maia Sandu e que detém a maioria parlamentar desde 2021, enfrenta múltiplas alianças políticas compostas principalmente por partidos de oposição pró-Rússia que tentam se posicionar como alternativas viáveis ao PAS.
"As eleições mais significativas"
Entre os oponentes ao partido governante está o Bloco Patriótico, liderado pelo ex-presidente Igor Dodon, que convocou a oposição a reunir-se em frente ao parlamento na segunda-feira e afirmou que Sandu planeava anular a votação, sem apresentar evidências.
O bloco Alternativa, liderado pelo presidente da câmara de Chisinau, Ion Ceban, e pelo ex-candidato presidencial Alexandr Stoianoglo, é outro desafiante ao PAS na eleição.
Num discurso ao Parlamento Europeu no início deste mês, Sandu definiu a eleição como a "mais consequente" desde a independência do país da União Soviética em 1991. A votação deve determinar o destino do caminho geopolítico da Moldova.
Sandu e o PAS aproximaram a Moldova de Bruxelas, garantindo o estatuto de candidato à UE, ao lado da Ucrânia, em 2022, e iniciando negociações de adesão em junho de 2024. Um referendo realizado em outubro do mesmo ano consagrou por pouco a adesão à UE na constituição do país.
Acusações de interferência russa
O período que antecedeu a votação de domingo foi marcado por acusações de interferência russa, particularmente por Sandu, que afirmou em julho que a Rússia está "investindo em múltiplos veículos políticos" para ganhar influência no parlamento.
A Rússia negou as acusações e acusou as autoridades moldavas de "dividir os cidadãos" ao limitar as seções eleitorais na Rússia enquanto as expandia pela Europa.
A Rússia também acusou a UE e a NATO de planearem "ocupar a Moldova" e intimidar a Transnístria, uma região separatista da Moldova controlada por separatistas pró-Rússia desde o início dos anos 1990.











