O Presidente dos EUA, Donald Trump, criticou duramente a Europa, considerando-a “decadente” e “fraca” em relação à imigração, aprofundando as tensões entre Washington e alguns dos seus aliados mais próximos.
Numa entrevista ao Politico, publicada na terça-feira, Trump repetiu críticas extraordinárias aos principais parceiros dos EUA, fazendo eco da retórica da extrema-direita que apareceu na nova estratégia de segurança nacional do seu governo na semana passada.
Esse documento alertou para o “apagamento da civilização” europeia e apelou ao “cultivo da resistência” às políticas de migração em todo o continente.
“A maioria das nações europeias está em decadência”, disse Trump na entrevista realizada na segunda-feira.
Descreveu a abordagem da Europa em relação aos migrantes como um “desastre”, acrescentando: “Eles querem ser politicamente corretos, e isso os torna fracos. É isso que os torna fracos”.
Continuou afirmando que havia “alguns realmente estúpidos” entre os líderes europeus.
Trump também criticou os países europeus em relação à Ucrânia, em meio a diferenças crescentes com Washington sobre o plano dos EUA para acabar com a guerra.
Trump critica a política migratória da Europa
“A NATO chama-me papá”, disse Trump, referindo-se às declarações do secretário-geral da NATO, Mark Rutte, numa cimeira em junho, onde os líderes apoiaram a exigência de Trump de um aumento das despesas com a defesa.
“Mas eles falam, mas não produzem. E a guerra continua sem fim.”
Os governos europeus têm tentado fortalecer as relações com Trump desde o seu regresso ao cargo em janeiro, especialmente no que diz respeito à manutenção do apoio dos EUA à Ucrânia.
Mas os seus comentários e a estratégia de segurança nacional provocaram um novo alarme nas capitais europeias.
A ministra francesa dos Assuntos Europeus, Alice Rufo, disse na terça-feira que a estratégia dos EUA representava um “esclarecimento extremamente brutal da posição ideológica dos Estados Unidos”.
Na entrevista ao Politico, Trump afirmou que países como Reino Unido, França, Alemanha, Polónia e Suécia estavam a ser “destruídos” pela migração.
Ele também lançou outro ataque a Sadiq Khan, o primeiro presidente muçulmano da câmara de Londres, chamando-o de “horrível, cruel, repugnante”.
Khan disse ao Politico que Trump estava “obcecado” por ele e que os norte-americanos estavam a “migrar em massa” para viver em Londres.
Os comentários de Trump surgem num momento em que negociadores seniores dos EUA intensificam as discussões com a Rússia e a Ucrânia sobre o plano revisado de Washington para acabar com a guerra, embora nenhuma conquista significativa tenha sido relatada.

















