Os Estados Unidos baixaram na segunda-feira a classificação do Brasil e da África do Sul, ambos alvos importantes do Presidente Donald Trump, num relatório sobre os esforços para combater o tráfico humano.
O relatório anual do Departamento de Estado, o primeiro desde o regresso de Trump à Casa Branca, colocou as duas potências do bloco de economias emergentes BRICS numa lista de observação, um degrau acima da lista negra que acarreta potenciais sanções.
Na África do Sul, «o governo identificou menos vítimas, investigou menos casos e iniciou menos processos judiciais», afirmou o relatório, usando termos semelhantes para o Brasil.
O relatório afirmou que o Brasil não concluiu nenhum processo judicial ao abrigo de uma lei antitráfico de 2016, apesar do que o relatório estimou serem dezenas de milhares de vítimas de tráfico no Brasil.
A administração Trump minimizou a importância de destacar os direitos humanos, dizendo que a questão pode ser usada contra países hostis, mas não deve interferir nas prioridades dos EUA com governos amigos.
Trump impôs tarifas punitivas ao Brasil e a um juiz importante, já que os Estados Unidos tentaram, sem sucesso, impedir o processo contra Jair Bolsonaro, aliado ideológico de Trump que foi condenado a 27 anos de prisão por conspirar para dar um golpe enquanto tentava se manter no poder.
Em relação à África do Sul, Trump acusou o governo pós-apartheid de perseguir agricultores brancos, abraçando uma queixa dos nacionalistas brancos. Os países que permaneceram na lista negra do «Nível 3» incluíam principalmente adversários dos EUA, como China, Rússia e Venezuela, mas também o Camboja, onde o relatório acusou funcionários do governo de serem cúmplices em esquemas de trabalho forçado online.
O Laos e o Chade foram colocados no nível mais baixo, com o relatório a apontar para a falta de ação, enquanto o Djibuti e o Turquemenistão subiram do nível mais baixo.