Nações Unidas — As barricadas chegaram primeiro. Vedações de aço pelas ruas. Carros-patrulha de Departamento de Polícia de Nova Iorque (NYPD) a bloquear ruas laterais. A segurança agarra a famosa ilha como um punho enquanto diplomatas e comitivas atravessam as ruas da cidade. O pulso da Assembleia Geral das Nações Unidas acelera.
Segunda-feira amanheceu com um ato de simbolismo e manobras na cidade de Nova Iorque. A Semana de Alto Nível iniciou formalmente. Espera-se que mais de 150 chefes de estado e governo se dirijam ao Debate Geral.
As comitivas passam pelas ruas fechadas, a Primeira Avenida encerrada entre as ruas 42 e 48. O trânsito de Midtown rastejando ao ritmo de caminhada.
Uma das cidades mais icónicas do mundo prepara-se para dias de ruído, retórica e protesto.
Durante a tarde, convocou-se uma cimeira sobre a Palestina co-liderada pela França e Arábia Saudita. Dezenas de países reuniram-se para encontrar uma solução de dois estados.
A França reconheceu formalmente a Palestina. A Bélgica, o Luxemburgo, Malta e Mónaco seguiram o exemplo.
O presidente francês Emmanuel Macron pressionou por reformas, cessar-fogo, libertação de reféns, descrevendo este reconhecimento tanto como um sinal moral quanto como uma alavanca política.
Israel e os Estados Unidos mantiveram-se afastados.
A decisão histórica de França
Macron deu início, liderando a cimeira da ONU que já incentivou outros governos ocidentais a dar um passo histórico que enfureceu Israel.
Nas suas intervenções, o secretário-geral da ONU António Guterres disse: "Sejamos claros: a condição de estado para os palestinianos é um direito, não uma recompensa", atraindo aplausos.
O presidente da Türkiye, Recep Tayyip Erdogan, saudou os países que reconheceram a Palestina descrevendo a decisão como "muito importante" e "histórico".
Entretanto, a Síria está a ressurgir. Ahmed al-Sharaa, o novo presidente sírio, irá discursar mais tarde — o primeiro chefe de estado sírio na ONU após décadas.
Enquanto as questões geopolíticas assumiam o centro do palco na ONU, a segurança era omnipresente.
Vigilância por drones. Patrulhas em alerta. Rotas de comitivas mapeadas com precisão militar.
A cidade de Nova Iorque está em alerta, não apenas por causa dos interesses globais, mas porque as veias da cidade estão a ser pressionadas e testadas.
Oito milhões de cidadãos a passar por postos de controlo, parando, esperando e seguindo em frente.
Mundo fraturado
A imprensa, concentrada nas instalações da sede da ONU, persegue cada anúncio.
Enquanto os grupos mediáticos se agrupam, os diplomatas retiram-se para átrios de hotéis, painéis de grupos de reflexão e suites de embaixadas.
Ao anoitecer, a cidade brilha sob holofotes apontados à ONU, com projeções de bandeiras e os helicópteros por cima.
Segunda-feira foi a abertura. A guerra em Gaza sitiada, o muito esperado reconhecimento da Palestina, e a postura da Türkiye — tudo convergiu.
E enquanto a noite cai sobre Manhattan, a abertura dá lugar a uma pergunta: pode a ação diplomática desta semana inclinar o curso de um mundo fraturado?