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Condenação global contra o ataque de Israel a flotilha de ajuda com destino a Gaza
Grupos palestinianos, peritos da ONU e governos europeus denunciam ataque à Flotilha Global Sumud em águas internacionais.
Condenação global contra o ataque de Israel a flotilha de ajuda com destino a Gaza
O Hamas denunciou a interceção por Israel da Flotilha Global Sumud com destino a Gaza, descrevendo-o como um "pirataria e terrorismo marítimo". / AP
há 19 horas

O Hamas denunciou a interceção por Israel da Flotilha Global Sumud com destino a Gaza, descrevendo-o como um "crime de pirataria e terrorismo marítimo contra civis", apelando a "todos os defensores da liberdade no mundo" para condenarem o ataque.

O grupo afirmou que a interceção em águas internacionais, juntamente com a detenção de ativistas e jornalistas, foi "um ato traiçoeiro de agressão" que "se acrescenta ao registo de crimes cometidos" por Israel.

A Jihad Islâmica Palestiniana emitiu uma declaração semelhante, descrevendo o ataque como "pirataria marítima e uma violação flagrante das convenções internacionais e humanitárias", responsabilizando Israel "totalmente pela segurança dos participantes" a bordo.

Condenação internacional

Francesca Albanese, a relatora especial da ONU para os direitos humanos nos territórios palestinianos ocupados, afirmou que a detenção dos ativistas da flotilha por Israel foi "ilegal" e culpou os governos ocidentais pela sua cumplicidade.

Governos por toda a Europa manifestaram preocupação.

A França instou Israel a "garantir a segurança dos participantes e fornecer-lhes proteção consular".

A Suíça afirmou que qualquer ação contra a flotilha "deve cumprir os princípios da necessidade e proporcionalidade, garantindo ao mesmo tempo a segurança dos que estão a bordo".

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Türkiye condenou "nos termos mais fortes" aquilo a que chamou um "ato terrorista" da marinha israelita.

A Espanha disse estar a acompanhar a situação de perto com os consulados na região "em alerta".

A Bélgica instou Israel a "respeitar o direito internacional, incluindo o direito marítimo, e a proteger as embarcações da flotilha".

A Irlanda descreveu a interceção como "preocupante".

O presidente irlandês, Michael Higgins, foi mais longe, chamando ao ataque de Israel e aos encerramentos de estradas em Gaza "alarmantes para o mundo inteiro".

Alertou que a segurança dos ativistas é "uma preocupação para todas as nações" e ligou o incidente àquilo que descreveu como "políticas de genocídio" em Gaza.

Membros do Parlamento Europeu também se pronunciaram.

O deputado italiano Brando Benifei chamou à interceção "ilegal e um ato criminoso", afirmando que a comunidade internacional deveria ter protegido a flotilha.

América do Sul reage

A condenação veio também da América do Sul.

O presidente colombiano, Gustavo Petro, expulsou a delegação diplomática de Israel após a detenção de dois cidadãos colombianos, chamando ao ataque "um novo crime internacional" do Benjamin Netanyahu.

O Brasil expressou preocupação pelos seus 15 cidadãos a bordo, enquanto a Venezuela classificou a interceção como um "cobarde ato de pirataria".

O Uruguai manifestou "séria preocupação", e o presidente da Bolívia, Luis Arce, descreveu o ataque como "uma violação flagrante do direito internacional".

O Chile confirmou apoio aos seus cidadãos na flotilha, responsabilizando Israel pela sua segurança.

Ásia expressa indignação

Países asiáticos também se juntaram ao crescente coro de condenação do mais recente ataque de Israel.

O primeiro-ministro do Paquistão, Shehbaz Sharif, também condenou "fortemente" o ataque, descrevendo-o como bárbaro, afirmando que a paz deve ter uma oportunidade e a ajuda humanitária deve chegar aos necessitados.

O primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim, avisa que o seu país tomará todas as medidas legais para responsabilizar Telavive, especialmente quando os seus cidadãos estão envolvidos.

A Flotilha Global Sumud, transportando ajuda humanitária e material médico, tinha partido no final de agosto e era esperado que alcançasse a costa de Gaza em circunstâncias normais.

Foi a maior missão deste género em anos, com 50 navios transportando mais de 500 ativistas de mais de 45 países.