Pelo menos 18 pessoas foram mortas e mais de 360 ficaram feridas no Afeganistão em confrontos entre o Paquistão e o Afeganistão desde 10 de outubro, segundo uma declaração da Missão de Assistência das Nações Unidas no Afeganistão (UNAMA).
"A UNAMA apela a todas as partes para que ponham fim às hostilidades de forma duradoura, a fim de proteger os civis", acrescentou a declaração na quinta-feira.
A declaração foi emitida após dias de combates que resultaram na morte de dezenas de pessoas em ambos os países e feriram centenas de outras.
Esta é a crise mais mortal entre os países vizinhos desde 2021, quando o Talibã tomou o poder no Afeganistão após o colapso do governo apoiado pelo Ocidente.
A violência transfronteiriça intensificou-se desde 10 de outubro, com os dois países a afirmar que estavam a retaliar provocações armadas do outro lado.
Na quarta-feira, os dois lados concordaram com um cessar-fogo. A trégua ocorreu após apelos de grandes potências regionais, já que a violência ameaçava desestabilizar uma região onde grupos, incluindo a Al-Qaeda, tentam ressurgir.
Não houve relatos de combates durante a noite.
A Missão de Assistência das Nações Unidas no Afeganistão saudou o cessar-fogo e afirmou que ainda está a avaliar o número de vítimas. Segundo a missão, o maior número de baixas ocorreu no sul na quarta-feira.
O Paquistão não forneceu números sobre as vítimas civis no seu lado da fronteira.
O país tem acusado repetidamente o Afeganistão de abrigar terroristas, uma acusação rejeitada pelo Talibã. O Paquistão enfrenta ataques crescentes desde 2021.
Os dois países partilham uma fronteira de 2.611 quilómetros, conhecida como Linha Durand, que o Afeganistão nunca reconheceu.