O Governo colombiano iniciou negociações de paz com o Clan del Golfo, a maior e mais poderosa organização criminosa do país, segundo autoridades.
As negociações começaram na quinta-feira em Doha, capital do Catar, com a fase inicial focada na construção de confiança entre as partes e na implementação de projectos-piloto em três regiões onde o grupo é mais activo.
Álvaro Jiménez, chefe da delegação governamental, e Luis Armando Pérez, representante do Clan del Golfo, assinaram uma declaração conjunta anunciando formalmente o início do que chamaram de “processo de paz”.
De acordo com um comunicado divulgado pela Comissão de Paz, o grupo armado comprometeu-se a respeitar os direitos dos civis — especialmente das crianças — como um primeiro passo para a “construção da paz”.
A declaração enfatizou a adesão ao direito internacional humanitário e incluiu a garantia de que o grupo não interferiria nas eleições de 2026 na Colômbia.
Operações militares
A mídia local informou que o Clan del Golfo comanda cerca de 6.000 a 9.000 membros armados.
O grupo foi responsável por um ataque em 17 de fevereiro contra soldados numa área rural de Segóvia, no departamento de Antioquia, que matou quatro militares.
As operações militares colombianas nos últimos meses apreenderam grandes quantidades de cocaína e armas pertencentes à organização.
O antigo líder do Clan del Golfo, Dairo António Usuga David, conhecido como “Otoniel”, foi capturado em 23 de outubro de 2021 numa zona rural da região de Uraba, na Colômbia, localizada na província de Antioquia, numa operação massiva com o nome de código Osiris.
A operação envolveu 22 helicópteros e 650 policiais e militares.
Otoniel foi posteriormente transferido da prisão de Dijin, em Bogotá, e extraditado para os EUA, chegando a uma instalação federal no Brooklyn, Nova Iorque, a bordo de um avião privado.