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Proposta dos EUA para uma força em Gaza enfrenta resistência da Rússia, China e vários países árabes
Diplomatas dizem que as objeções se concentram na proposta de "Conselho da Paz" de Trump e na falta de um papel de transição para a Autoridade Palestiniana.
Proposta dos EUA para uma força em Gaza enfrenta resistência da Rússia, China e vários países árabes
Alguns membros pediram aos EUA para esclarecer quem faria parte do Conselho de Paz e como funcionaria.
14 de novembro de 2025

A proposta dos EUA para obter um mandato das Nações Unidas para uma força internacional de estabilização (ou ISF) em Gaza enfrentou resistência da Rússia, da China e de vários países árabes, que levantaram preocupações sobre a estrutura do mecanismo de governação pós-genocídio e a ausência de qualquer papel transitório para a Autoridade Palestiniana.

Segundo quatro diplomatas da ONU a par das negociações, Moscovo e Pequim — ambos membros permanentes do Conselho de Segurança com poder de veto — exigiram que o proposto "Conselho da Paz" no plano de cessar-fogo do Presidente Donald Trump fosse removido completamente do texto da resolução.

No texto revisto, circulado na tarde de quarta-feira, os EUA mantiveram a linguagem sobre o conselho, mas adicionaram referências à autodeterminação da Palestina, numa tentativa de responder às críticas de que o texto anterior não apresentava um horizonte político.

Embora diplomatas tenham dito que as negociações refletem o habitual vai-e-vem de uma proposta, as objeções sublinham diferenças significativas entre Washington e alguns membros do mais poderoso órgão da ONU após mais de dois anos de genocídio.

O Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, afirmou que a resolução deve ser aprovada "imediatamente", sublinhando que o ímpeto não deve ser perdido. "Penso que estamos a fazer um bom progresso", disse ele a repórteres antes de partir da reunião do G7 no Canadá.

Conselho de Segurança pede alterações

A proposta inicial dos EUA, que circulou na semana passada, pedia um mandato amplo que permitisse a uma força internacional operar em Gaza até 2027, juntamente com o ainda por estabelecer Conselho da Paz.

Países árabes que manifestaram interesse em contribuir com tropas dizem que essa autorização é essencial.

Rússia, China e Argélia rejeitaram a proposta, e todos, exceto dois membros do Conselho de Segurança, apresentaram alterações.

Pontos-chave que provocaram reações são a ausência de um caminho claro para a obtenção do estatuto de Estado palestiniano e a incerteza sobre quando as forças israelitas se retirariam de Gaza.

A proposta atualizada diz que, caso as reformas à Autoridade Palestiniana sejam "fielmente executadas" e a reconstrução avance, as condições "podem estar reunidas para um caminho credível para a autodeterminação e o estatuto de Estado da Palestina."

Também afirma que as forças israelitas se retirarão à medida que a força de estabilização "estabeleça controlo e estabilidade", com base em "normas, marcos e prazos" acordados.

Alguns membros pediram aos EUA que clarifiquem quem faria parte do Conselho da Paz e como este funcionaria.

Os Emirados Árabes Unidos, parceiro-chave dos EUA, disseram que atualmente não veêm um quadro claro para a força de estabilização e é improvável que participem nas condições presentes.

Diplomatas disseram que alguns países querem uma adoção rápida para manter o progresso no terreno, enquanto outros alertam que os EUA podem procurar uma "coligação de dispostos" fora da ONU caso as negociações estagnem.

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