O Brasil criou mais empregos no setor agrícola, mesmo com a entrada em vigor, no mês passado, das altas tarifas dos EUA sobre as exportações de café, carne bovina e açúcar, segundo dados divulgados na terça-feira.
A maior economia da América Latina, com uma população de 213 milhões de habitantes, tem mais pessoas a trabalhar do que nunca e os salários estão a crescer, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
"Mais de 1 milhão de brasileiros deixaram a condição de desocupação em um ano. O Brasil avança com mais empregos e mais dignidade para sua gente", escreveu a Ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, no X.
O Brasil foi atingido pelas tarifas mais altas dos EUA no mundo — afetando principalmente as exportações de café, carne bovina e açúcar — que entraram em vigor em 6 de agosto. No entanto, o setor agrícola criou 330 mil novos empregos no trimestre encerrado em agosto — mais do que qualquer outro setor da economia. De acordo com dados oficiais, as tarifas levaram a uma queda de 18,5% nas exportações para os Estados Unidos em agosto, em comparação com o ano anterior.
No entanto, de acordo com uma análise da Capital Economics deste mês, as tarifas “não devem ter um impacto significativo” na economia brasileira. “O comércio entre os EUA e o Brasil é baixo e os exportadores devem ser capazes de redirecionar a maioria das mercadorias — há sinais iniciais de um aumento nos embarques de soja para a China”, disse a consultoria com sede em Londres.
O desemprego atingiu 5,6% entre junho e agosto, o mesmo valor registado entre maio e julho. Este número é o mais baixo desde que o IBGE começou a usar o método de cálculo atual, em 2012. Cerca de um milhão a mais de brasileiros conseguiram emprego em comparação com o mesmo período do ano passado, quando o desemprego era de 6,6%. Os salários aumentaram 3,3% em relação ao ano anterior.
