O Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, condenou na segunda-feira o ataque contínuo de Israel à Faixa de Gaza, afirmando que se trata de uma tentativa de «exterminar o povo da Palestina».
Lula afirmou que «o conflito entre Israel e a Palestina é o símbolo mais importante dos obstáculos enfrentados pelo multilateralismo» e alertou que «o uso arbitrário do direito de veto sabota a razão de ser da ONU, que é impedir a repetição das atrocidades que levaram à sua criação».
Salientando que, no caso da Palestina, os fundamentos do Estado foram sistematicamente enfraquecidos, Lula afirmou: «Um Estado se assenta sobre três pilares: o território, a população e o governo. Todos têm sido sistematicamente solapados no caso palestino».

«Como falar em território diante de uma ocupação ilegal que cresce a cada novo assentamento? Como manter uma população diante da limpeza étnica a que assistimos em tempo real?”
Referindo-se à grave situação em Gaza, Lula afirmou que “não há palavra mais apropriada para descrever o que está ocorrendo em Gaza do que genocídio”.
Com base nisso, anunciou que “por isso, o Brasil decidiu tornar-se parte do caso apresentado pela África do Sul à Corte Internacional de Justiça”.
“O que está acontecendo em Gaza não é só o extermínio do povo palestino, mas uma tentativa de aniquilamento de seu sonho de nação. Tanto Israel, quanto a Palestina têm o direito de existir”, disse Lula, saudando os países que reconheceram a Palestina, como fez o Brasil em 2010.
Lula acrescentou que o Brasil controlará mais rigorosamente as importações provenientes dos colonatos israelitas ilegais na Cisjordânia ocupada e continuará a suspender a exportação de material de defesa, incluindo produtos de dupla utilização que possam ser utilizados em «crimes contra a humanidade e genocídio».
As declarações de Lula foram feitas durante uma conferência internacional de alto nível organizada para discutir a solução pacífica da questão palestiniana e a implementação da solução de dois Estados. Durante a conferência, o Presidente francês Emmanuel Macron anunciou que tomaram uma decisão oficial de reconhecer o Estado palestiniano. Países como a Austrália, o Canadá, a Bélgica e Malta também anunciaram oficialmente as suas decisões de reconhecer a Palestina.
Desde 7 de outubro de 2023, Israel tem cometido genocídio em Gaza e, até agora, mais de 65 300 palestinianos foram mortos, a maioria mulheres e crianças.
