A administração Trump concedeu secretamente autoridade legal à CIA para realizar ações encobertas na Venezuela.
Questionado sobre o motivo de ter autorizado a CIA a operar na Venezuela, o Presidente Donald Trump afirmou na quarta-feira que o fez por duas razões, alegando que a Venezuela "esvaziou as suas prisões e instituições mentais para os Estados Unidos" e é responsável pelo tráfico de drogas para o país.
"Eles jogaram sujo", disse ele, acrescentando que "muitas das drogas venezuelanas entram pelo mar... mas vamos detê-las também por terra."
Quando questionado por repórteres na Sala Oval se a CIA foi autorizada a assassinar Maduro, Trump evitou responder diretamente.
"Eu não quero responder a uma pergunta dessas. Essa é uma pergunta ridícula para me fazerem... não seria uma pergunta ridícula para eu responder?" disse Trump. "Mas acho que a Venezuela está a sentir a pressão, e muitos outros países também estão."
As declarações de Trump confirmaram uma informação anterior do New York Times, que afirmou que o presidente concedeu autoridade legal à CIA para operar na Venezuela.
A autorização, conhecida como "presidential finding", permite que a CIA realize operações letais na Venezuela e conduza uma série de ações no Caribe, segundo a denúncia que citou autoridades dos EUA sob condição de anonimato na quarta-feira.
A informação indicou que a agência poderia agir de forma unilateral ou em conjunto com uma operação militar maior.
Não está claro se alguma missão foi iniciada sob essa diretriz ou se foi emitida como uma medida de contingência.
A medida surgiu num momento em que foi feito um grande reforço militar dos EUA na região, com cerca de 10 000 soldados posicionados, a maioria em Porto Rico, além de vários navios de guerra da Marinha e um submarino nas proximidades.
As autoridades informaram que o exército dos EUA elaborou planos para possíveis ataques dentro da Venezuela.
Houve pelo menos um ataque militar dos EUA no Caribe nos últimos dois meses que teve como alvo cidadãos colombianos a bordo de um barco que partiu da Colômbia, segundo a CNN na quarta-feira.
Tensões
Trump terá ordenado o fim das negociações diplomáticas com o governo de Maduro no início deste mês, após ter ficado frustrado com a recusa do líder venezuelano em renunciar voluntariamente ao poder.
Os EUA têm realizado ataques a barcos venezuelanos que, segundo eles, estão envolvidos no tráfico de drogas.
Pelo menos 27 pessoas já morreram em ataques dos EUA contra barcos venezuelanos. Especialistas questionam a legalidade do uso de força letal em águas estrangeiras ou internacionais contra suspeitos que não foram interceptados ou interrogados.
O Presidente da Colômbia, Gustavo Petro, afirmou que alguns dos mortos seriam colombianos.