AMÉRICA LATINA
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Venezuela pede ao Conselho de Segurança da ONU que considere ilegais ataques dos EUA nas suas águas
De acordo com uma carta enviada à ONU, o embaixador da Venezuela na ONU pediu ao Conselho que investigasse os ataques e determinasse a sua natureza ilegal.
Venezuela pede ao Conselho de Segurança da ONU que considere ilegais ataques dos EUA nas suas águas
Moncada também solicitou uma «reafirmação do princípio do respeito irrestrito pela soberania, independência política e integridade territorial». / Reuters
17 de outubro de 2025

A Venezuela solicitou ao Conselho de Segurança das Nações Unidas que determine que os ataques mortais dos EUA a embarcações próximas à sua costa são ilegais e emita uma declaração em apoio à soberania venezuelana, de acordo com uma carta vista pela agência de notícias Reuters.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou um grande reforço militar no sul do Caribe, e as tropas realizaram pelo menos cinco ataques a embarcações que o governo Trump descreveu como envolvidas no tráfico de drogas, sem apresentar evidências.

Numa carta ao Conselho de Segurança, composta por 15 membros, datada de quarta-feira, o embaixador da Venezuela na ONU, Samuel Moncada, acusou Washington de matar pelo menos 27 pessoas nos ataques a "embarcações civis que navegavam em águas internacionais".

Ele pediu ao conselho que "investigue" os ataques para "determinar a sua natureza ilegal" e emita uma declaração "reafirmando o princípio do respeito ilimitado à soberania, independência política e integridade territorial dos Estados", incluindo a Venezuela.

Poder de veto dos EUA

No entanto, o Conselho de Segurança não poderá tomar nenhuma ação além de realizar reuniões sobre a situação, pois os Estados Unidos possuem poder de veto.

O conselho reuniu-se pela primeira vez na semana passada devido às tensões, a pedido da Venezuela, Rússia e China.

Naquela reunião, os Estados Unidos justificaram as suas ações como consistentes com o Artigo 51 da Carta da ONU, que exige que o Conselho de Segurança seja imediatamente informado de qualquer ação que os Estados tomem em legítima defesa contra ataques armados.

O embaixador dos EUA na ONU, Mike Waltz, afirmou na quinta-feira que Trump usaria a comunidade de inteligência, o Departamento de Defesa e a diplomacia "para defender a soberania dos EUA contra ações que estão ativamente a matar americanos".

"A Venezuela pode levar o que quiser à ONU. Sabe o que também faz parte da ONU? O Artigo 51 da Carta da ONU, que permite a um país se defender. E é isso que o Presidente Trump está a fazer e continuará a fazer", disse ele à Fox News.

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