A Venezuela solicitou ao Conselho de Segurança das Nações Unidas que determine que os ataques mortais dos EUA a embarcações próximas à sua costa são ilegais e emita uma declaração em apoio à soberania venezuelana, de acordo com uma carta vista pela agência de notícias Reuters.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou um grande reforço militar no sul do Caribe, e as tropas realizaram pelo menos cinco ataques a embarcações que o governo Trump descreveu como envolvidas no tráfico de drogas, sem apresentar evidências.
Numa carta ao Conselho de Segurança, composta por 15 membros, datada de quarta-feira, o embaixador da Venezuela na ONU, Samuel Moncada, acusou Washington de matar pelo menos 27 pessoas nos ataques a "embarcações civis que navegavam em águas internacionais".
Ele pediu ao conselho que "investigue" os ataques para "determinar a sua natureza ilegal" e emita uma declaração "reafirmando o princípio do respeito ilimitado à soberania, independência política e integridade territorial dos Estados", incluindo a Venezuela.
Poder de veto dos EUA
No entanto, o Conselho de Segurança não poderá tomar nenhuma ação além de realizar reuniões sobre a situação, pois os Estados Unidos possuem poder de veto.
O conselho reuniu-se pela primeira vez na semana passada devido às tensões, a pedido da Venezuela, Rússia e China.
Naquela reunião, os Estados Unidos justificaram as suas ações como consistentes com o Artigo 51 da Carta da ONU, que exige que o Conselho de Segurança seja imediatamente informado de qualquer ação que os Estados tomem em legítima defesa contra ataques armados.
O embaixador dos EUA na ONU, Mike Waltz, afirmou na quinta-feira que Trump usaria a comunidade de inteligência, o Departamento de Defesa e a diplomacia "para defender a soberania dos EUA contra ações que estão ativamente a matar americanos".
"A Venezuela pode levar o que quiser à ONU. Sabe o que também faz parte da ONU? O Artigo 51 da Carta da ONU, que permite a um país se defender. E é isso que o Presidente Trump está a fazer e continuará a fazer", disse ele à Fox News.
