Um grupo de ativistas climáticos está a pedalar até à maior cimeira climática do mundo — e a fazê-lo sem entrar num avião. Centenas de ciclistas pedalaram pela Europa nas últimas semanas, convergindo para Portugal, onde um grupo embarcou num veleiro com destino ao Brasil.
O seu destino: Belém, a cidade da Amazónia que acolherá as negociações climáticas da COP30 da ONU em novembro.
A cimeira deverá atrair dezenas de milhares de negociadores, cientistas e ativistas, com os governos sob pressão para chegar a um acordo sobre medidas mais fortes para proteger a Amazónia e eliminar gradualmente os combustíveis fósseis. A COP30 Bike Ride começou no Azerbaijão, anfitrião da cimeira COP29 do ano passado, e percorreu quase 8.000 quilómetros (quase 5.000 milhas) pela Eurásia em 20 semanas.
Mais de 600 ciclistas participaram em diferentes trechos da viagem. Um segundo segmento da iniciativa cobriu mais 1.800 quilómetros (1.100 milhas) pelo norte da Europa com outros 200 ciclistas, e outros pedalaram por partes do leste e sul da África. "A principal mensagem que queremos transmitir aos líderes mundiais e às pessoas comuns é que o ciclismo deve ser considerado uma opção séria para reduzir as emissões de carbono relacionadas com os transportes", disse a organizadora e participante holandesa Jolein Schorel.
“É também mais saudável, mais barato, divertido — e uma das opções mais viáveis de implementar se as cidades investirem em infraestrutura.” Schorel disse que o projeto cresceu a partir de uma viagem simbólica à COP29 em Baku, onde os ciclistas entregaram uma faixa a um delegado brasileiro prometendo chegar à COP30 da mesma forma. A viagem tocou as comunidades por onde passaram. Na Zâmbia, crianças em idade escolar ouviram com os olhos arregalados enquanto os ciclistas descreviam a travessia de milhares de quilómetros de bicicleta.
Após semanas a pedalar pela Eurásia, eles estão a navegar para o Brasil em vez de apanhar um avião, reforçando a sua promessa de evitar transportes movidos a combustíveis fósseis. Os organizadores dizem que a sua abordagem visa atingir «o coração, a mente e as mãos» — o coração através de histórias das comunidades que encontram, a mente através de propostas políticas práticas e as mãos ao completar a viagem sem queimar combustíveis fósseis.
Quando chegarem a Belém, os ciclistas das diferentes filiais vão reagrupar-se e pedalar juntos até à cidade que é a porta de entrada da Amazónia. Eles planeiam apresentar as suas exigências aos negociadores na abertura da COP30. "Podemos ser um grupo pequeno, mas as nossas vozes — e os nossos pedais — mostram que ainda podemos escolher um caminho diferente", disse Schorel.
