O clube israelita Maccabi Tel Aviv não aceitará bilhetes para adeptos visitantes para o jogo da Liga Europa contra o Aston Villa no próximo mês, mesmo que as autoridades locais revertam a decisão de proibir os seus adeptos, afirmaram.
A proibição na segunda-feira surgiu na sequência de preocupações de segurança levantadas pela polícia britânica, que citou potenciais protestos fora do Villa Park, após manifestações nos recentes jogos de qualificação para o Mundial de Israel em Oslo, na Noruega, e Udine, em Itália.
«O Aston Villa pode confirmar que o clube foi informado de que nenhum adepto visitante poderá assistir ao jogo da Liga Europa da UEFA contra o Maccabi Tel Aviv na quinta-feira, 6 de novembro, seguindo uma instrução do Grupo Consultivo de Segurança (SAG)», afirmou o Aston Villa no seu comunicado na semana passada.
O Maccabi Tel Aviv afirmou que recusará qualquer cedência oferecida em nome dos adeptos visitantes.
«A partir das duras lições aprendidas, tomámos a decisão de recusar qualquer atribuição oferecida em nome dos adeptos visitantes e a nossa decisão deve ser entendida nesse contexto», afirmou o Maccabi num comunicado.
A Polícia de West Midlands descreveu o jogo como de alto risco, citando incidentes passados, incluindo confrontos violentos envolvendo adeptos do Ajax e do Maccabi Tel Aviv antes de um jogo em novembro de 2024 em Amesterdão.
Adeptos problemáticos
Os adeptos israelitas que assistem a jogos fora de casa na Europa têm levantado cada vez mais problemas, especialmente desde o início do genocídio de Israel em Gaza, devido às suas atitudes agressivas e comportamento arrogante.
Em setembro, a capital dos Países Baixos, Amesterdão, proibiu os adeptos do Maccabi Tel Aviv de entrar na cidade se fossem considerados como um contributo para a «ocupação ou racismo».
A medida foi tomada um ano depois de os adeptos do Maccabi Tel Aviv terem provocado violência na cidade durante um jogo com o Ajax Amesterdão, no qual atacaram bandeiras palestinianas em propriedade privada.
Vídeos amplamente partilhados nas redes sociais mostram os adeptos do Maccabi não só a vandalizar propriedade privada, mas também a atacar um taxista local e até a confrontar agentes da autoridade.
Outras reportagens afirmam que os hooligans israelitas foram vistos a gritar: «Que o IDF (exército israelita) f*** os árabes» e «Não há escolas em Gaza porque não há mais crianças».
Israel enfrenta pressão devido ao genocídio em Gaza, com quase todos os jogos da equipa a serem palco de protestos.
Os adeptos noruegueses transformaram o Estádio Ullevaal num mar de bandeiras palestinianas durante a vitória por 5 a 0 sobre Israel nas eliminatórias para o Mundial de 2026, em 11 de outubro.
Em 15 de outubro, cerca de 10.000 manifestantes italianos pró-Palestina protestaram contra o jogo das eliminatórias para o Mundial contra Israel.
A polícia respondeu violentamente com canhões de água e gás lacrimogéneo.