AMÉRICA LATINA
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Latino-americanos saem as ruas em protesto contra o ataque de Israel a flotilha de ajuda para Gaza
Manifestantes em vários países da América Latina denunciaram o ataque de Israel à flotilha e apelaram ao fim do bloqueio de Gaza.
Latino-americanos saem as ruas em protesto contra o ataque de Israel a flotilha de ajuda para Gaza
Os manifestantes exigiram a libertação dos voluntários internacionais detidos por Israel. / AP
há 17 horas

Milhares de pessoas manifestaram-se em várias cidades latino-americanas na quarta-feira contra a interceção pela Marinha israelita da Flotilha Global Sumud com destino a Gaza, que visa quebrar o bloqueio de Israel ao enclave e entregar ajuda desesperadamente necessária.

Os protestos tiveram lugar na Cidade do México, Bogotá, Buenos Aires e Montevideu, entre outros locais.

Em Bogotá, um grupo de manifestantes reuniu-se em frente à Associação Nacional Empresarial da Colômbia (ANDI), que representa o sector privado do país.

O local foi escolhido depois de o Movimento Global para Gaza ter acusado a organização na sua conta do X de ter "laços diretos com a missão económica de Israel na Colômbia". A associação emitiu posteriormente uma declaração rejeitando a acusação.

Na capital argentina, Buenos Aires, centenas de pessoas participaram num protesto, de acordo com meios de comunicação locais. Os manifestantes denunciaram aquilo a que chamaram um "assalto pelas forças de ocupação israelitas" e exigiram o fim do genocídio em Gaza.

"Estamos aqui hoje para exigir a liberdade dos nossos camaradas e da flotilha, e para garantir que a ajuda humanitária e os alimentos cheguem a Gaza", disse um manifestante.

Os protestos também tiveram lugar na capital uruguaia, Montevideu, onde ativistas entoaram pela liberdade palestiniana e seguraram cartazes a apelar à detenção do Benjamin Netanyahu.

'Ilegalmente intercetada em águas internacionais'

A flotilha, constituída por mais de 40 embarcações e mais de 500 voluntários de cerca de 40 países, foi intercetada na quarta-feira pela Marinha israelita a aproximadamente 80 milhas náuticas (148 quilómetros) de Gaza.

De acordo com os organizadores da flotilha, nove das suas embarcações foram intercetadas e uma foi abalroada ainda em águas internacionais.

Os manifestantes mexicanos, entretanto, reuniram-se do lado de fora do Ministério dos Negócios Estrangeiros do seu país na Cidade do México, juntando-se aos apelos internacionais pela libertação de todos os membros da flotilha internacional, incluindo sete cidadãos mexicanos detidos pelas forças israelitas.

Arlin Medrano e Sol González, duas mulheres mexicanas e membros da tripulação do Adara, reportaram prontamente a interceção da flotilha.

"Se estão a ver este vídeo, é porque fomos ilegalmente intercetadas em águas internacionais pela ocupação israelita", disse Medrano num vídeo partilhado nas redes sociais.

David Peña, o representante legal da delegação mexicana na Flotilha Global Sumud, informou os manifestantes na Cidade do México sobre o estado dos membros da tripulação detidos, confirmando a detenção de Medrano, González e outro membro da tripulação.

Acrescentou que Israel planeia acusar os detidos de invasão ilegal do território israelita, apesar de terem sido intercetados em águas internacionais. Acrescentou que todos os detidos serão deportados.

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