O governo brasileiro aprovou na segunda-feira a perfuração exploratória pela gigante estatal Petrobras perto da foz do rio Amazonas. A decisão surge apenas algumas semanas antes da conferência climática das Nações Unidas em Belém, COP30, onde serão discutidos os esforços para reduzir o uso de combustíveis fósseis.
Acredita-se que o depósito da Margem Equatorial, na costa do Brasil, que se estende da fronteira do Brasil com o Suriname até parte da região Nordeste do país, seja rico em petróleo e gás. A Petrobras disse em comunicado que a perfuração pode começar imediatamente e levar até cinco meses. A empresa solicitou a realização da perfuração exploratória no bloco FZA-M-059, localizado a 175 quilómetros (108 milhas) da costa do estado brasileiro do Amapá, na fronteira com o Suriname. A empresa acrescentou que o poço exploratório não produzirá petróleo.
A decisão do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, órgão subordinado ao Ministério do Meio Ambiente, foi celebrada publicamente pelo Ministro da Energia, Alexandre Silveira. “A Margem Equatorial representa o futuro da nossa soberania energética. O Brasil não pode abrir mão de conhecer o seu potencial”, disse Silveira nas suas redes sociais após o anúncio da decisão.
“Fizemos uma defesa firme e técnica que a exploração seja feita de forma responsável ambientalmente, dentre os mais altos padrões internacionais, e com benefícios concretos para brasileiras e brasileiros. O nosso petróleo é um dos mais sustentáveis do mundo, com uma das menores pegadas de carbono”, afirmou o Ministro.
Em junho, o Brasil leiloou vários terrenos potenciais e locais offshore para exploração petrolífera perto do rio Amazonas, com o objetivo de expandir a produção em regiões inexploradas, apesar dos protestos de grupos ambientalistas e indígenas.
As empresas petrolíferas consideram a área altamente promissora, pois partilha características geológicas com a Guiana, onde foram feitas algumas das maiores descobertas de petróleo offshore do século XXI.
Esta região é considerada de alto risco potencial devido às fortes correntes e à proximidade da costa amazónica.
