O Presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva conversou com o Presidente dos EUA, Donald Trump, na segunda-feira, e solicitou a retirada da sobretaxa tarifária sobre mercadorias do seu país e a remoção das sanções contra dirigentes brasileiros.
“Em tom amistoso, os dois líderes conversaram por 30 minutos, quando relembraram a boa química que tiveram em Nova York por ocasião da Assembleia Geral da ONU”, diz um comunicado de imprensa publicado pelo governo brasileiro. A conversa centrou-se na reparação das relações recentemente deterioradas e no combate às medidas punitivas dos EUA contra o Brasil.
De acordo com uma declaração de Lula na plataforma X, o líder brasileiro abordou imediatamente as tensões comerciais existentes. Lula destacou que o Brasil é um dos únicos três países do G20 com os quais os EUA mantêm um superávit comercial, defendendo a remoção da sobretaxa de 40% imposta aos produtos nacionais.
Lula também disse que pressionou Trump a suspender as sanções contra autoridades brasileiras, incluindo a revogação dos vistos de indivíduos como o juiz do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e sua esposa. "Considero nosso contato direto como uma oportunidade para a restauração das relações amigáveis de 201 anos entre as duas maiores democracias do Ocidente", afirmou Lula, enfatizando a necessidade de reparar a ruptura diplomática.
Os dois líderes, que anteriormente tiveram uma breve e amigável conversa durante a Assembleia Geral da ONU — um momento que Trump descreveu como houve uma boa «química» — concordaram em nomear negociadores de alto nível.

Trump nomeou o secretário de Estado Marco Rubio para liderar as negociações sobre a questão tarifária, enquanto Lula nomeou o Vice-presidente Geraldo Alckmin, o Ministro das Relações Exteriores Mauro Vieira e o Ministro da Fazenda Fernando Haddad para representar o Brasil. Eles também concordaram em reunir-se pessoalmente em breve.
Lula sugeriu uma reunião na próxima Cimeira da ASEAN na Malásia e renovou o seu convite para Trump participar na COP30 na cidade de Belém, no norte do país.
Trump deve visitar a Malásia como parte de uma viagem mais ampla pela Ásia, que inclui paragens no Japão e na Coreia do Sul, embora a sua participação na ASEAN ainda não tenha sido confirmada.
