A Venezuela acusou os Estados Unidos de assédio militar depois que o Ministro da Defesa, Vladimir Padrino, disse que cinco caças norte-americanos foram detectados perto da costa do país.
“São caças. O imperialismo ousou aproximar-se da costa venezuelana”, disse Padrino numa transmissão da televisão estatal.
Descreveu os voos como “uma provocação” e “uma ameaça à segurança da nação”.
Padrino advertiu que qualquer ataque dos EUA desencadearia uma “mobilização nacional”, acrescentando: “Denuncio perante o mundo o assédio militar, a ameaça militar do Governo dos Estados Unidos contra o povo da Venezuela.”
As tensões entre Caracas e Washington intensificaram-se nas últimas semanas.
Os EUA enviaram 10 aeronaves F-35 para Porto Rico no mês passado, como parte do seu maior reforço militar nas Caraíbas em décadas, que também inclui oito navios de guerra e um submarino nuclear.
O Presidente Nicolas Maduro chamou à mobilização um “cerco” e uma “ameaça”.
Justificação legal?
A disputa surge depois de Washington ter confirmado vários ataques a barcos suspeitos de tráfico de drogas em águas internacionais perto da Venezuela.
Pelo menos 14 pessoas foram mortas em três ataques.
Num comunicado enviado ao Congresso e obtido pela AFP, o Pentágono afirmou que o Presidente Donald Trump determinou que os cartéis de droga “são grupos armados não estatais” cujas ações “constituem um ataque armado contra os Estados Unidos”.
O comunicado afirma que os contrabandistas são considerados “combatentes ilegais”.
Um funcionário da Casa Branca acrescentou que o comunicado era necessário após qualquer ataque militar e “não transmite nenhuma informação nova”.
Maduro acusou Washington de usar o tráfico de drogas como um falso pretexto para justificar uma mudança de regime e se apoderar das vastas reservas de petróleo da Venezuela.
No mês passado, depois de aeronaves venezuelanas sobrevoarem um navio da marinha dos EUA, Trump advertiu que qualquer repetição resultaria no “abate” dos jatos venezuelanos.
